A Semana do Clima de Nova York, ocorrida na semana passada, destacou-se como o maior evento do calendário climático, reunindo mais de mil encontros entre governos, empresas, investidores e sociedade civil. Em meio às turbulências internacionais e conflitos políticos, o tema das mudanças climáticas ganhou destaque, reforçando a importância da mobilização global rumo à COP30.
Setor privado assume papel central na agenda climática
O setor privado chamou a atenção ao apresentar suas 23 prioridades para apoiar as negociações da COP30, entregues ao presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago. A cerimônia contou com a presença de Michael Bloomberg, enviado especial da ONU para Ambições Climáticas. Este documento representa o maior esforço coordenado do setor privado mundial para contribuir com estratégias de descarbonização e sustentabilidade.
Empresas como Natura, JBS, Solvay, Ambipar, MRV, Schneider Electric, eB Climate e re.green assinaram o documento, reforçando seu compromisso com temas estratégicos como transição energética, economia circular, bioeconomia, sistemas alimentares, soluções baseadas na natureza, cidades sustentáveis, finanças sustentáveis, empregos verdes e habilidades para o futuro.
Parcerias e apoio institucional
A elaboração das propostas envolveu parceiros institucionais como o Fórum Econômico Mundial, redes do Pacto Global da ONU no Brasil e Austrália, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a International Finance Corporation (IFC). Essas colaborações reforçam a integração entre o setor privado e organismos internacionais na busca por soluções sustentáveis globais.
Investimentos e perspectivas na agenda internacional
Durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um aporte de US$ 1 bilhão para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), visando o fortalecimento de ações de preservação e reflorestamento. Segundo Marcelo Billi, superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da Anbima, o momento foi de compartilhar casos reais de projetos financeiros sustentáveis e de discutir ferramentas que elevem os investimentos privados.
De acordo com Billi, os recursos públicos não são suficientes para atender às necessidades do clima, sendo essencial o engajamento do setor privado para ampliar os investimentos. Ele avalia ainda que a Semana do Clima de Nova York promoveu avanços no engajamento empresarial, na oferta de produtos resilientes e no fortalecimento do debate sobre biodiversidade, tema menos polarizado politicamente.
Biodiversidade como oportunidade de liderança
O especialista destacou que a biodiversidade possui uma conexão direta com a natureza e, por isso, tem maior consenso político do que o clima. O Brasil, detentor da maior biodiversidade do mundo, tem potencial para liderar experiências bem-sucedidas na preservação e uso sustentável da natureza, posicionando-se como laboratório de soluções globais.
Para mais detalhes sobre a agenda climática antes da COP30, acesse a matéria em GE.