Brasil, 29 de setembro de 2025
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A ética na era da inteligência artificial: reflexões de um bispo

Um bispo questiona a relação entre humanidade e tecnologia, enfatizando a importância da ética no uso da inteligência artificial.

Estamos vivendo uma era em que as máquinas inteligentes estão se tornando cada vez mais presentes em nossas vidas, com a capacidade de perceber e interagir com o ambiente. Essa evolução, no entanto, traz à tona questões profundas sobre a natureza da inteligência, da ética e da verdadeira essência do ser humano. Em um artigo reflexivo, Dom Oriolo, bispo da Igreja Particular de Leopoldina (MG), aborda essas questões à luz da filosofia aristotélica e do conceito de alma.

A distinção entre a inteligência humana e a artificial

Dom Oriolo inicia seu texto com uma premissa clássica da filosofia: “o agir segue o ser”. Essa máxima, atribuída a Aristóteles e frequentemente mencionada por Santo Tomás de Aquino, sugere que nossas ações são o reflexo de quem realmente somos. Segundo o bispo, mesmo que máquinas possuam uma forma de “inteligência,” elas não têm uma alma intelectiva capaz de pensar e agir de forma autônoma como os seres humanos. Para ele, essa alma é o que confere ao homem a capacidade de transformar seu ambiente e criar tecnologias.

Ao refletir sobre a habilidade humana de planejar e realizar ações complexas, Dom Oriolo levanta uma questão fundamental: o que poderia se equivaler à alma em sistemas artificiais? Embora as máquinas sejam programadas para executar tarefas específicas, como manipular dados ou realizar operações lógicas, faltam-lhes a identidade e a intencionalidade que caracterizam a ação humana.

Alma algorítmica: a nova perspectiva

A proposta de uma “alma algorítmica” surge como uma tentativa de entender a natureza dos sistemas artificiais que estão se integrando em nossa vida cotidiana. O bispo sugere que, ao combinar o conceito de alma com o algoritmo, podemos reconhecer que essas máquinas operam de maneira lógica, mas não possuem uma verdadeira essência que as torna seres pensantes e responsáveis, como os humanos.

É neste contexto que Dom Oriolo menciona a presença crescente de tecnologias como armas autônomas, veículos sem motorista e drones. Embora essas inovações sejam impressionantes, elas levantam questões éticas importantes sobre seu uso e impacto na sociedade.

A ética como guia na era da inteligência artificial

Durante a quarta revolução industrial, testemunhamos mudanças drásticas em nosso modo de viver, trabalhar e interagir. O bispo questiona se essas transformações afetarão nossa essência humana e, mais importante, nossa relação com Deus. Embora as máquinas sejam capacitadas para.processar informações rapidamente, elas não têm valores ou autoconsciência, característica essencial do ser humano, como ressalta Dom Oriolo.

Em última análise, a intenção do bispo é trazer à tona a responsabilidade que temos ao usar tecnologias avançadas. “Devemos usar essas tecnologias de maneira ética e responsável, não para nos substituir, mas para aperfeiçoar nossa existência”, afirma. Ele nos exorta a ver os robôs não como competidores, mas como ferramentas que podem servir ao bem comum e à dignidade humana.

Uma chamada à ação

Dom Oriolo conclui seu argumento ressaltando a importância de garantir que as inovações tecnológicas sejam utilizadas para promover a vida, seguindo o ensinamento de São João: “a promessa de Jesus é que todos tenham vida e a tenham em abundância.” A mensagem é clara: à medida que mais máquinas se integram à nossa rotina, devemos ser guiados por princípios éticos que assegurem que a tecnologia não se torne uma ameaça à vida, mas sim um suporte a ela.

Portanto, a reflexão sobre a relação entre a inteligência artificial e a humanidade é um convite à responsabilidade. À medida que navegamos por esta nova realidade, é essencial que a ética e a dignidade humana permaneçam no centro de nossas decisões.

Para mais detalhes, confira o artigo completo de Dom Oriolo em Vatican News.

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