Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024 representam um dos maiores investimentos em eventos esportivos da história, totalizando € 6,6 bilhões (aproximadamente R$ 41,2 bilhões) em recursos públicos, conforme apontou um relatório divulgado nesta segunda-feira pelo Tribunal de Contas da França. Apesar da cifra elevada, o órgão de fiscalização assegura que os gastos não foram excessivos, enfatizando uma gestão orçamentária controlada e planejada.
Divisão dos custos
O relatório detalha que a quantia total ultrapassa a estimativa inicial de € 5,9 bilhões, que já havia sido projetada pelo próprio Tribunal. Os gastos foram alocados da seguinte forma: € 3,02 bilhões destinados a custos organizativos (incluindo € 1,44 bilhão especificamente para segurança) e € 3,63 bilhões em obras de infraestrutura necessárias para o evento.
Um ponto destacado na pesquisa é que parte do aumento dos custos foi atribuída a investimentos necessários para assegurar que o rio Sena estivesse em condições adequadas para sediar as provas de natação em águas abertas e o triatlo, uma exigência que não estava inicialmente prevista.
Expectativas e projeções financeiras
No ano de 2023, as expectativas de gastos públicos estavam em torno de € 2,4 bilhões. Entretanto, em março de 2024, o presidente do Tribunal de Contas, Pierre Moscovici, ajustou a previsão, situando-a entre € 3 bilhões e € 5 bilhões. “O evento exigiu uma forte mobilização de recursos públicos, mas não foram detectados excessos. Pelo contrário, o gasto foi moderado”, afirmou Moscovici, que possui experiência como ex-ministro das Finanças e ex-comissário da União Europeia.
Gastos do Comitê Organizador
Além dos custos públicos, o Comitê Organizador dos Jogos (COJO) relatou gastos de € 4,4 bilhões, resultando em um superávit de € 75 milhões, que foram, em sua maior parte, financiados pelo setor privado. A sociedade Solideo, encarregada das obras de infraestrutura dos Jogos, contou com um financiamento total de € 4,5 bilhões, reunindo investimentos públicos e privados.
O Tribunal ressaltou que o orçamento destinado à infraestrutura foi integralmente cumprido. No entanto, a análise classificou o processo relacionado à segurança como “particularmente errático”, um aspecto que merece atenção na administração de grandes eventos.
Impacto econômico e futuro
Por fim, o Tribunal de Contas fez uma avaliação do impacto econômico dos Jogos para a França. Segundo o relatório, até o momento, esse impacto é “modesto” e espera-se que continue “relativamente limitado a curto prazo”. Esse ponto levanta discussões sobre o legado que eventos dessa magnitude podem deixar, tanto em termos de infraestrutura quanto de benefícios duradouros para a economia local.
Esses dados provocam reflexão sobre como os investimentos públicos são geridos em grandes eventos e levantam questões sobre a eficácia do planejamento financeiro em projetos que demandam recursos massivos.
Com a proximidade das Olimpíadas, a expectativa é que os ajustes finais nas preparações sigam um caminho de responsabilidade fiscal, garantindo que a experiência para atletas e espectadores seja positiva, sem comprometer a saúde financeira do país.
Para mais informações, acesse o relatório completo e acompanhe as atualizações sobre os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024.
