Brasil, 29 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Keeta planeja desafiar hegemonia do iFood no mercado de delivery brasileiro

Nova plataforma de entrega brasileira, subsidiária da chinesa Meituan, aposta em tecnologia e know-how para competir com iFood

A Keeta, nova aposta no mercado de delivery de refeições do Brasil, espera lançar suas operações no quarto trimestre de 2025. A subsidiária da chinesa Meituan, que já atua em Hong Kong e Oriente Médio, aposta na expertise adquirida ao longo de mais de uma década na China para desafiar o domínio do iFood, que concentra mais de 80% de participação no país.

Por que operar no Brasil?

O Brasil é o quinto maior mercado mundial em delivery, movimentando cerca de US$ 12 bilhões anualmente e crescendo aproximadamente 20% ao ano. Segundo Tony Qiu, responsável pela operação brasileira, o país oferece potencial de crescimento, especialmente com a abertura de mercado impulsionada pela limitação de contratos de exclusividade do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

“Estamos otimistas. O momento entre Brasil e China está favorável, e estamos investindo US$ 1 bilhão nos próximos cinco anos”, afirmou Qiu ao O Globo.

Desafios ao domínio do iFood e estratégias de competição

Qiu destacou que a “guerra” com outros players, como a 99Food, tem sido intensa. Ele afirmou que tentativas de bloqueio por meio de acordos de exclusividade prejudicam a competição saudável no mercado brasileiro. “No Brasil, um app concentra mais de 80% do mercado, diferente de outros países, onde há pelo menos três grandes concorrentes. Essa situação é peculiar e desafiadora”, explicou.

Ao contrário do que fazia na China, onde a exclusividade era comum até 2021, a Keeta não pretende seguir esse caminho no Brasil. “Acreditamos em um mercado aberto, com competição baseada no mérito. Não planejamos oferecer dinheiro aos restaurantes para bloqueá-los de outros aplicativos”, ressaltou Qiu. Segundo ele, essa prática é ilegal na Arábia Saudita e Hong Kong, onde também atua a empresa.

Técnologia e experiência como diferenciais

A Keeta pretende usar seu know-how tecnológico, acumulado na China, para oferecer um serviço superior. “Temos picos de 120 milhões de pedidos por dia na China, o que nos permite oferecer diferenciais como uma garantia de compensação ao cliente em caso de atraso na entrega”, afirmou Qiu. A empresa também avalia melhorar a experiência do usuário, que atualmente faz uma média de três pedidos por mês no Brasil, metade do que é registrado na China.

Criação de valor e futuras inovações

Por enquanto, a plataforma atuará apenas com delivery de comida, mas a empresa pensa em ampliar o serviço no futuro, usando sua tecnologia para criar uma experiência mais completa. O lançamento deve ocorrer inicialmente em uma cidade menor, antes de expandir para São Paulo e outras regiões.

“Planejamos presença nas 15 maiores regiões metropolitanas até junho de 2026”, explicou Qiu. A expectativa é de que até o fim do próximo ano, mais de 120 mil entregadores estejam cadastrados na plataforma, sendo a maior parte em São Paulo.

Regulação e taxas

Quanto às taxas cobradas dos restaurantes, Qiu afirmou que a Keeta pretende aplicar uma comissão menor que a atual do iFood, que varia entre 25% e 30%. “Nossa taxa será alguns pontos percentuais abaixo, pois achamos o valor atual excessivo”, afirmou. A empresa não pretende adotar a estratégia de oferecer comissão zero, alegando que essa prática, embora anunciada por outros, na prática não existe.

Sobre o uso de drones para entregas, a Keeta já registra marca no Brasil, mas aguarda regulações específicas para viabilizar essa tecnologia no futuro, segundo Qiu. “Talvez, no futuro, possamos usar drones, conforme a regulação evoluir”, completou.

últimas Notícias

Publicidade
política
economia
Brasil
esporte
PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes