A China revelou recentemente um supernavio militar chamado Fujian, capaz de realizar ataques em qualquer lugar do planeta. Com isso, surgem preocupações sobre a proximidade de um potencial conflito global. O porta-aviões, que passou por exercícios militares importantes, solidifica a presença da China entre as principais marinhas do mundo e vem acompanhado de um vídeo que mostra caças decolando e pousando com sucesso.
Avanços significativos na capacidade militar da China
O presidente chinês Xi Jinping agora pode usar os 40 aviões de combate do porta-aviões para atingir alvos em qualquer parte do mundo, e Pequim não hesita em divulgar suas novas capacidades. A imprensa estatal chinesa, através do Global Times, declarou que o Fujian e seus aviões alcançaram padrões de classe mundial, indicando que o exército chinês está avançando em direção a uma força de “águas profundas”.
Pesando 72.500 toneladas, o Fujian é um dos maiores navios já construídos no âmbito do extenso programa de modernização militar da China. O porta-aviões utiliza catapultas eletromagnéticas (EMALS), que permitem lançar aviões pesados a altas velocidades e fazê-los pousar na embarcação de maneira eficaz. Essa tecnologia é exclusiva para o porta-aviões USS Ford, da Marinha dos EUA.
Comparação com outras marinhas do mundo
A França e a Índia, com seus porta-aviões Charles de Gaulle e Vikrant, respectivamente, ainda dependem de sistemas de catapultas a vapor mais lentos. Além disso, o Fujian está equipado com a próxima geração de caças furtivos, os J-35s, aviões de guerra eletrônica chamados J-15Ds e sofisticados aviões de alerta precoce, conhecidos como KJ-600s. Entretanto, diferentemente dos porta-aviões norte-americanos e franceses, o Fujian não possui propulsão nuclear e depende de petroleiros para abastecimento.
No mês passado, a frota chinesa foi o destaque em um desfile militar em Pequim, e, há duas semanas, foi avistada navegando no Mar da China Oriental pela marinha do Japão. Relatos indicam que o navio atravessou o estreito de Taiwan, dirigindo-se para seu novo porto em Hainan, localizado na borda noroeste do Mar do Sul da China. Há também planos para testar o porta-aviões, que está atraindo a atenção de Washington.
Preparativos dos EUA em face da ameaça crescente
Ben Lewis, analista militar da China, informou ao Instituto Naval dos EUA (USNI) que os testes do Fujian indicam que a frota está quase pronta para sua comissionamento. Alex Luck, do Naval News, notou que, apesar de o porta-aviões contar com três catapultas, somente uma estava operacional durante as filmagens recém-divulgadas. Ele observou que cazas J-35 estavam sendo lançados, mas os norte-americanos ainda não realizaram lançamentos semelhantes.
Luck também mencionou que três aeronaves de alerta precoce KJ-600 estão posicionadas no convés, o que pode destacar a alta prioridade e o bom progresso da China em relação a suas capacidades de alerta precoce, um dos fatores que diferencia o Fujian de seus predecessores, Liaoning e Shandong.
Esse desenvolvimento ocorre em um contexto de aumento das tensões globais, especialmente com o chamado recente do secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, que convocou centenas de comandantes militares para uma reunião não divulgada. O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, confirmou que Hegseth se reunirá com seus líderes militares sêniores no início da próxima semana.
Expectativas para o futuro
O propósito da reunião, que está agendada para 30 de setembro em Quantico, na Virgínia, ainda é incerto. Hegseth deve abordar oficiais de alta patente, o que levanta questionamentos sobre a futura estratégia militar dos EUA em resposta à ascensão da capacidade militar da China. Vale lembrar que o ex-presidente Donald Trump já havia renomeado o cargo de secretário de Defesa para Secretário da Guerra, aumentando a ênfase no planejamento e na resposta militar a ameaças globais.
Com o porta-aviões Fujian em operação, a marinha da China não apenas avança em capacidades, mas também intensifica o cenário geopolítico global, levando a uma possível reavaliação das estratégias militares por parte dos EUA e seus aliados. As próximas etapas no desenvolvimento e nas operações do Fujian serão cruciais para determinar como a dinâmica de poder se desenrolará nas águas do Pacífico e na arena internacional.