Nas últimas semanas, o ex-presidente Donald Trump utilizou a palavra “sissy” em uma publicação na sua rede social Truth Social para criticar uma nova regra da NFL, chamando-a de “ridícula”. Para especialistas em humanidades públicas, essa escolha de palavra revela uma tendência preocupante de normalização de discursos de discriminação e abusos.
Contexto da crítica de Trump à NFL e o significado de “sissy”
Trump reclamou de uma alteração na regra de kickoff, que passou a posicionar a jogada na linha de 35 jardas em vez da de 30, visando aumentar a segurança dos jogadores, além de tentar tornar o jogo mais empolgante. No entanto, ele descreveu a mudança como “sissy” — palavra que, para muitos, tem conotações pejorativas e homofóbicas, usada historicamente para menosprezar homens que não se encaixam nos estereótipos de masculinidade.
Especialistas alertam para os perigos do discurso de Trump
Deepak Sarma, especialista em humanidades públicas na Universidade Case Western Reserve, explicou que o uso do termo reflete uma cultura de masculinidade tóxica que promove estereótipos prejudiciais. “A palavra ‘sissy’ tem sido usada para diminuir homens considerados fracos ou diferentes, reforçando uma ideia de masculinidade exclusiva e discriminatória”, afirmou.
Sarma também destacou que tais comentários de Trump, que aparentam tentar exibir uma masculinidade exagerada, na verdade revelam insegurança e uma história de controvérsias envolvendo questões de gênero e saúde militar. “Ele nunca serviu no Exército, e seu deferimento por questões médicas reforça sua imagem de fragilidade”, completou.
Risco do aumento de discursos de ódio na internet
Para acadêmicos, a repetição de palavras pejorativas como “sissy” na esfera pública e social digital alimenta uma cultura de intolerância. “Esse tipo de discurso é perigoso e pode criar um ambiente mais propício à violência e à discriminação”, afirmou Sarma.
Ele alertou que a tendência de uso de termos ofensivos, muitas vezes justificados como resistência ao “politicamente correto”, pode mascarar uma reação exagerada que dificulta o avanço de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa.
Implicações sociais e o papel das lideranças
De acordo com especialistas, o discurso de Trump reforça estereótipos nocivos que ameaçam a diversidade e a dignidade humana. “Líderes que usam linguagem de ódio têm responsabilidade de promover o respeito e a igualdade, não de perpetuar a cultura do machismo e discriminação”, concluiu Sarma.
O episódio evidencia o quanto a linguagem de figuras públicas influencia a narrativa social, e o cuidado necessário para evitar a perpetuação de valores excludentes e violentos.