Brasil, 28 de setembro de 2025
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O crescente autoritarismo de Trump e suas comparações com líderes estrangeiros

A ascensão de Trump à autocracia levanta alertas sobre a democracia nos EUA e comparações com líderes como Hugo Chávez e Erdogan.

Desde que assumiu o cargo novamente em janeiro, o presidente Donald Trump tem adotado táticas que levantam preocupações sobre a erosão da democracia nos Estados Unidos. Seus métodos têm sido comparados aos de líderes autoritários em outros países, como o falecido Hugo Chávez, da Venezuela, e Recep Tayyip Erdoğan, da Turquia. Esse cenário traz à tona uma discussão sobre o estado da democracia americana e como a administração de Trump está moldando o futuro do governo federal.

A ataque à imprensa e seus críticos

Em 2007, Hugo Chávez revogou a licença da emissora de televisão privada mais antiga da Venezuela, uma ação que muitos consideraram uma tentativa de silenciar a oposição. Anos depois, Trump sugeriu revogar licenças de emissoras nos Estados Unidos que o criticam. A maneira como ambos os líderes lidam com a crítica da mídia é um ponto crucial nas comparações entre eles.

Especialistas alertam que, embora os Estados Unidos ainda contenham instituições robustas que oferecem resistência—como um sistema judicial que frequentemente impede ações excessivas e um forte plano de oposição política—o estilo de governança de Trump está se tornando cada vez mais parecido com o de autocratas que controlam a narrativa em seus países.

Movendo-se rapidamente em direção ao controle

David Smilde, professor da Universidade Tulane e ex-residente da Venezuela, observa que “a única diferença é a velocidade com que isso está acontecendo.” Enquanto Chávez levou tempo para consolidar o poder, Trump parece estar tomando medidas decisivas em um período mais curto. “Ele parece ser mais ousado”, disse Smilde, referindo-se à rápida purga de funcionários do governo que não são considerados leais e à ênfase na retaliação contra opositores políticos.

As táticas de controle

Nos últimos meses, Trump intensificou seus esforços para centralizar a autoridade sob a presidência. Recentemente, ele fez um post nas redes sociais exigindo que seu procurador-geral intensificasse as ações legais contra seus críticos, afirmando que “a justiça deve ser servida, agora!!!”. Isso coincide com o fato de que a administração arrecadou acusações criminais contra figuras que se opõem ao seu governo, fortalecendo a narrativa de que ele está se vingando de ataques políticos.

Como parte de um esforço para deslegitimar críticos e oponentes, Trump também começou a intervir em empresas de comunicação e redes de mídia social que critica suas ações. Uma ação notável foi a ameaça do presidente à ABC, após comentários feitos por um de seus apresentadores que não eram favoráveis a ele, o que levou a emissora a suspender temporariamente um programa. Trump aproveita esses pontos de atrito para acentuar a divisão partidarista e desviar a atenção de questões mais profundas que afetam o país.

A falta de preparação da sociedade americana

Steven Levitsky, cientista político de Harvard, destaca que a sociedade americana não está suficientemente preparada para lidar com um movimento autoritário. Ele afirma que países como Brasil, Coreia do Sul e Alemanha têm uma percepção mais aguçada dos perigos da perda da democracia, devido a suas próprias experiências históricas.

O impacto desta ascensão de tendências autoritárias não é apenas uma preocupação para os críticos de Trump, mas representa uma questão significativa sobre o futuro da política e das instituições democráticas nos Estados Unidos. Levitsky enfatiza que as respostas institucionais contra as táticas de Trump têm sido, até o momento, eficazes, mas alerta que a situação é delicada e pode rapidamente se deteriorar se não houver vigilância constante.

Comparações com outros líderes autoritários

As táticas de Trump foram comparadas às de líderes autoritários como Erdoğan, da Turquia, e Orbán, da Hungria. Ambos os líderes seguiram uma agenda que visava consolidar poder e atacar a oposição de forma sistemática. Entretanto, a abordagem mais audaciosa de Trump, na visão de muitos especialistas, facilita seu caminho para a dominação. Como observa Alper Coskun, que serviu no governo turco, “Trump está imitando Erdoğan de maneira mais rápida do que eu esperava.”

Embora muitos observadores mantenham a esperança de que as instituições democráticas possam resistir, o crescente autoritarismo de Trump gera preocupações reais. Como país, os Estados Unidos enfrentam um desafio sem precedentes que coloca em risco os direitos civis e a integridade do sistema democrático.

Com o aumento das tensões políticas e sociais, é crucial que os cidadãos permaneçam vigilantes, informados e ativos em suas comunidades para garantir que a democracia não seja apenas preservada, mas fortalecida em tempos de incerteza.

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