As negociações entre os Estados Unidos e a Argentina indicam que o país sul-americano pode receber um auxílio financeiro importante em 2026, enquanto busca reforçar sua governabilidade e reduzir a influência chinesa, segundo fontes próximas às tratativas. A ajuda, que deve chegar a tempo de cobrir os vencimentos da dívida em janeiro e julho, de US$ 8,5 bilhões, faz parte de uma estratégia diplomática de Washington para fortalecer o alinhamento com Milei e garantir estabilidade na região.
Acordos e condições para o auxílio financeiro
Antes de sua viagem a Nova York, funcionários argentinos relataram que as equipes de Milei discutiam uma rota de trabalho para avançar em reformas econômicas e ampliar a governabilidade. Ainda há indefinições, mas o governo argentino espera que a ajuda americana seja concedida sem condições explícitas no momento. “As equipes técnicas se sentarão para definir a implementação”, afirmou um funcionário ao jornal La Nacion.
Diplomacia e influência geopolítica
Washington deseja que a Argentina deixe de jogar dos dois lados, buscando uma maior autonomia face à China, especialmente no swap de moedas de US$ 18 bilhões com Pequim — renovado até julho de 2026 —, que é considerado uma estratégia chinesa de expansão no continente. Segundo analistas, os Estados Unidos poderiam exigir o cancelamento ou a não renovação do swap ao reavaliar sua relação com o país asiático e a influência chinesa na América Latina.
O papel de Milei e os sinais de apoio
Na ONU, Milei recebeu elogios do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que enfatizou o apoio norte-americano ao governo argentino e à manutenção de um rumo macroeconômico estável. As avaliações internas indicam que Washington tem interesse em que Milei demonstre força no Congresso para aprovar reformas econômicas necessárias para o país se financiar e manter sua dívida sob controle.
Perspectivas e cenários futuros
Analistas apontam que, apesar da falta de condições formais, Washington deseja que a Argentina neutralize a influência comercial da China, inclusive na questão do swap de moeda. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, participaram de reuniões discretas com a comitiva argentina, reforçando o apoio político e econômico ao governo Milei.
De acordo com fontes, o cenário político argentino pode mudar significativamente dependendo do resultado das próximas eleições legislativas, programadas para outubro, que irão influenciar a composição do Congresso e a capacidade do governo Milei de implementar sua agenda. O apoio dos EUA também inclui incentivos para que a Argentina mantenha políticas macroeconômicas sustentáveis e viáveis a longo prazo.
Implicações geopolíticas e o papel dos EUA na região
O envolvimento dos Estados Unidos na Argentina reforça uma estratégia de conter a expansão da influência chinesa na América Latina, incluindo a contenção de acordos considerados predatórios pela administração norte-americana. A visita de Milei a Nova York também trouxe simbolismos, como encontros com figuras de destaque e o recebimento do Prêmio Global do Conselho Atlântico, que reforçam seu alinhamento com interesses dos EUA.
A expectativa é de que, nos próximos meses, as próximas negociações possam definir os limites e as condições do apoio, além de consolidar uma política de maior alinhamento da Argentina com os interesses norte-americanos, em um momento de grande instabilidade econômica e política no país.
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