No Oeste Paulista, os rios não são apenas águas que correm em seus cursos, mas sim os protagonistas que moldaram o povoamento e o desenvolvimento da região. Ao celebrarmos o Dia Mundial dos Rios no último domingo (28), a reflexão sobre o impacto desses recursos hídricos se torna ainda mais relevante, uma vez que eles são vitais para o abastecimento, a agricultura, a geração de energia e o lazer da população local.
A importância dos rios para a região
Em uma entrevista ao g1, Elso Mendonça Felici, engenheiro ambiental e mestre em saneamento, destacou o papel fundamental desses cursos d’água no cotidiano dos habitantes do interior paulista. “Os rios garantem abastecimento de água para as cidades, irrigação para a agricultura, diluição de efluentes e suportam atividades de lazer e turismo. Além disso, eles funcionam como corredores ecológicos, conectando fragmentos de mata e favorecendo a diversidade da fauna”, afirmou.
A relevância dos rios no Oeste Paulista é ampliada pelo clima mais seco em determinadas épocas, tornando a disponibilidade hídrica ainda mais crucial. Historicamente, as primeiras cidades da região foram fundadas nas proximidades de rios, que se tornaram elementos estratégicos para o desenvolvimento urbano e industrial.
Rios destacados no Oeste Paulista
No Oeste Paulista, cinco rios se destacam pela sua importância: Rio Paraná, Rio Paranapanema, Rio Aguapeí, Rio do Peixe e Rio Santo Anastácio. Cada um deles desempenha um papel único e essencial para a ecologia e a economia da região.
Rio Paraná
Considerado o segundo maior rio da América do Sul, o Rio Paraná se estende por quase 4.900 km, formándose a partir da união dos rios Grande e Paranaíba. Ele margeia municípios como Rosana, Panorama, Paulicéia e Presidente Epitácio, servindo como um patrimônio natural inestimável. “Esse rio é essencial para a geração de energia, transporte, pesca e turismo, além de ser um recurso estratégico para o desenvolvimento econômico e ambiental”, completou Elso.
Rio Paranapanema
Com uma extensão de aproximadamente 929 km, o Rio Paranapanema nasce na Serra dos Agudos e é um dos rios de melhor qualidade de água em São Paulo. Ele serve como divisa entre São Paulo e Paraná, passando por cidades importantes como Presidente Prudente e Teodoro Sampaio. O engenheiro destacou que o rio, além de ser essencial para o abastecimento e a irrigação agrícola, ajuda a regular o clima e a preservar áreas ecológicas vitais.
Rio Aguapeí
O Rio Aguapeí, conhecido por algumas regiões como “Rio Feio”, se estende por cerca de 420 km e nasce em Gália. Ele é crucial para a preservação da biodiversidade, cortando áreas de várzea que servem de refúgio para diversas espécies de fauna e flora. “O Parque Estadual do Aguapeí protege um dos maiores remanescentes de mata ciliar do interior paulista, essencial para a conservação ambiental”, enfatizou Elso.
Rio do Peixe
Com a nascente em Garça, o Rio do Peixe atravessa várias cidades até desaguar no Rio Paraná. Ele abriga o Parque Estadual do Rio do Peixe, uma unidade de conservação que protege áreas ricas em biodiversidade. De acordo com Elso, sua bacia é um exemplo de equilíbrio entre uso econômico e preservação ambiental.
Rio Santo Anastácio
O menor entre os destacados, com 102 km de extensão, o Rio Santo Anastácio tem uma importância cultural e social significativa. Nascendo em Regente Feijó, o rio abastece diversas cidades e sua preservação é vital para manter a qualidade de vida local.
Desafios e futuro dos rios
Com o passar do tempo, os rios do Oeste Paulista não apenas abriram caminhos para a ocupação da região, como também se tornaram alertas para questões ambientais. As mudanças climáticas, a poluição e o uso intensivo da agricultura colocam os recursos hídricos sob ameaça.
Para garantir a preservação desses importantes cursos d’água, Elso destaca a necessidade de ações concretas: “É fundamental investir em saneamento básico, reduzir a poluição urbana e agrícola e promover a recuperação das matas ciliares. Somente assim poderemos manter a qualidade da água e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.”
Os rios do Oeste Paulista não são apenas fontes de vida e desenvolvimento; são também símbolos de um legado cultural e ambiental que merece ser protegido e valorizado por todos.