Brasil, 28 de setembro de 2025
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A crise geracional na economia mundial

Envelhecimento populacional e desigualdades ameaçam o futuro econômico de países ricos e emergentes

Ao redor do mundo, populações cada vez mais idosas e sistemas previdenciários desafiados revelam uma questão comum: o impacto do envelhecimento na sustentabilidade econômica, especialmente das nações mais desenvolvidas.

A crise das aposentadorias na Europa

Na França, o debate sobre a reforma das aposentadorias reflete um problema estrutural: o envelhecimento acelerado e a insustentabilidade do sistema de pensões. Atualmente, os pensionistas consomem cerca de um quarto do orçamento estatal, enquanto uma força de trabalho em declínio tenta sustentar uma geração que garantiu aposentadorias próximas ao salário de trabalhadores ativos.

“Os idosos franceses estão mais ricos que os jovens atuais, que acumulam pouquíssimas economias”, explica Jean-Luc Dubois, economista especialista em previdência pública. À medida que os boomers morrem, heranças elevadas aprofundam desigualdades e dificultam a mobilidade social.

Desafios semelhantes no Reino Unido

No Reino Unido, o sistema de pensões é protegido pelo “triplo lock”, que garante aumentos mais rápidos que a inflação, dificultando reformas. Desde os anos 1980, o país privatizou empresas estratégicas para financiar o Estado, mas hoje enfrenta o resgate de serviços públicos como água, transporte e energia.

Recentemente, propostas para que os idosos de maior renda possam pagar por cuidados de saúde com suas próprias economias tiveram forte resistência política. “Negar privilégios a quem acumulou riqueza é impopular”, afirma Michael Thomas, analista político. A disparidade social entre aposentados e jovens em situação de pobreza se amplia, sem grande mobilização.

O envelhecimento na China e outros desafios globais

Nem só na Europa o envelhecimento preocupa. A China, com sua mediana de 40 anos de idade, enfrenta um declínio populacional preocupante, combinado com dívidas públicas elevadas, desemprego juvenil e salários baixos.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a maioria dos países ricas e emergentes deverá lidar com as consequências de populações envelhecidas, que pressionam sistemas de saúde, pensões e manutenção do crescimento econômico.

Perspectivas para o futuro

Especialistas alertam que a solução envolve mudanças estruturais profundas: reformas previdenciárias, estímulo à natalidade, aumento da produtividade e diversificação das fontes de financiamento. Caso contrário, o aumento da desigualdade e o colapso de serviços essenciais podem acelerar uma crise global já em curso.

O envelhecimento populacional, antes visto como sinal de progresso, agora se revela um dos maiores desafios do século XXI, ameaçando a sustentabilidade econômica de nações ricas e pobres. A forma como os governos responderem a essa questão determinará o rumo das próximas décadas.

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