A bancada do PSol foi informada que o deputado Guilherme Boulos (PSol-SP) pode atravessar em breve a Praça dos Três Poderes, deixando a Câmara dos Deputados para assumir o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. Essa possível mudança levou membros da sigla a refletirem sobre alternativas de candidaturas em São Paulo, com o intuito de preservar o legado eleitoral do deputado, que foi o mais votado do estado nas últimas eleições.
Expectativa pela nomeação de Boulos
Embora a nomeação de Boulos como ministro ainda não tenha sido oficialmente anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fontes próximas ao governo afirmam que esta é uma aspiração antiga do petista. De acordo com interlocutores, Lula expressa insatisfação com a atuação do atual ministro, Márcio Macêdo, e pretende revitalizar a pasta, que desempenha um papel crucial na articulação entre a política do Planalto e os movimentos sociais.
Apesar da insatisfação, é importante lembrar que Lula nutre uma espécie de gratidão pessoal pelo trabalho de Macêdo. Em 2022, ele foi escolhido para ser o tesoureiro da campanha presidencial de Lula, aceitando a posição mesmo após colegas alertarem sobre a “maldição” que poderia afetá-lo devido a situações adversas que cercaram seus antecessores.
O futuro político de Boulos
Entretanto, a situação política no Brasil pode ser arriscada. Integrantes do PSol temem que a movimentação de Boulos em direção à Esplanada possa criar um vácuo de poder em São Paulo. O partido se vê na necessidade de se reestruturar e já considera a deputada Erika Hilton como uma alternativa promissora. Hilton destacou-se na Câmara ao garantir protagonismo em debates importantes, como a PEC 6 x 1.
Além de Erika Hilton, o PSol está avaliando outras opções para garantir que o legado de Boulos não se perca. Vários antes dele, como Delúbio Soares e João Vaccari Neto, enfrentaram processos judiciais, e a continuidade da gestão do atual ministro deve ser uma prioridade para evitar quaisquer contratempos legais e políticos.
O clima político está tenso, com os aliados de Boulos, inclusive, preparando-se para uma eventual transição. Muitos deles estratégicos detentores de cargos e influência desejam uma continuidade favorável ao PSol em São Paulo, onde a presença de Boulos teve grande impacto nas eleições passadas. O foco do partido, agora, é não deixar seu principal nome à deriva política, um termo frequentemente utilizado para descrever momentos em que políticos se encontram sem missão ou cargos formalmente definidos.
A situação de Márcio Macêdo
No final do mês passado, Macêdo foi visto em um evento no Palácio do Planalto, onde expressou sua insatisfação em relação a um “cerco político” que enfrenta. Ele destacou que enfrentar esse tipo de pressão é parte do processo, mas que precisa entregar o que a população realmente precisa.
Boulos, por sua vez, continua a minimizar as especulações acerca de sua possível saída. Ao ser questionado sobre o futuro, ele afirma que ainda não recebeu convite formal de Lula e que está focado em cumprir seu mandato até que novas orientações sejam dadas.
Como a situação se desenrola nos próximos meses, será fundamental prestar atenção à dinâmica política e ao que a nomeação de Boulos pode significar, não apenas para o PSol, mas para a articulação política mais ampla no Brasil.
Com Boulos possivelmente se retirando, o PSol também deve estar atento às movimentações na câmara para garantir que seus interesses e ideais sejam preservados.