Brasil, 28 de setembro de 2025
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Governo do DF ainda busca solução para o Centro Administrativo vazio há 12 anos

O Centro Administrativo do DF permanece desocupado há mais de uma década, enquanto governo busca alternativas para utilização do espaço.

O Centro Administrativo do Distrito Federal (Cetrad), localizado em Taguatinga, enfrenta um imbróglio sem precedentes: prestes a completar 12 anos sem ocupação, a estrutura se tornou um símbolo dos desafios administrativos do governo de Ibaneis Rocha (MDB). Prometido como um centro moderno para abrigar órgãos do governo distrital, o local permanece fechado, deixando incertezas sobre seu futuro enquanto o tempo avança.

Histórico das promessas não cumpridas

Oriundo de uma parceria público-privada (PPP), o Centrad tinha como objetivos principais economizar com aluguéis e proporcionar um contrafluxo de trânsito entre o Plano Piloto e as regiões administrativas. Entretanto, o espaço de 182 mil metros quadrados, composto por 16 prédios, nunca abrigou nenhuma unidade do governo. Desde sua “inauguração” em 2014, sem móveis e internet, o Governo do DF não conseguiu efetivamente ocupar o complexo.

Apesar das promessas feitas ao longo de dois mandatos, os planos de ocupação do Centrad seguem indefinidos. Em entrevista recente, Ibaneis mencionou um “edital de concessão” prometendo que a Terracap estaria trabalhando em parceria para a ocupação do local. Contudo, até agora, não houve sinal de publicação desse edital.

Obstáculos que impedem a ocupação

De acordo com Marcelo Galvão, assessor especial do governador, a ocupação do complexo enfrenta barreiras significativas. Uma das principais é a necessidade de obras viárias e de urbanização na área circunvizinha, que ainda não foram realizadas.

O Ministério Público se manifestou em 2015 contra a ocupação do Centrad devido à falta da Carta de Habite-se, documento essencial que atesta a segurança e a habitabilidade do local. Essa situação obriga o governo a resolver primeiro as questões de infraestrutura antes de planejar qualquer ocupação.

Perspectivas de investimento e planejamento

Apesar das dificuldades, em fevereiro deste ano, o governo anunciou a intenção de investir R$ 300 milhões em obras de infraestrutura para facilitar a utilização do Centrad. As propostas incluem viadutos e novas vias adjacentes ao complexo. No entanto, após meses de promessas, ainda não houve movimentações práticas nem detalhes sobre o andamento dessas obras.

A Novacap, responsável por obras no local, relatou que até o momento não foi acionada para executar essas intervenções e que os projetos continuam na fase de planejamento, mas sem execução. Essa falta de progressão levanta dúvidas sobre a capacidade do governo em realizar o que foi prometido.

O custo do abandono

O abandono do Centrad não se limita apenas à sua inatividade. Desde que a PPP foi anulada em 2022, o governo do DF tornou-se responsável pela segurança do complexo. O local, que deveria ser um símbolo de modernização e eficiência administrativa, está vulnerável a invasões e atos de vandalismo, aumentando os custos de manutenção pública.

Vale lembrar que a construção do Centrad, avaliada em R$ 6 bilhões, não teve financiamentos públicos diretos, mas os prejuízos com a infraestrutura e segurança são agora uma responsabilidade do governo local.

Repercussões políticas e sociais

A situação do Centrad tem gerado críticas e descontentamento entre os cidadãos e operadores do setor público. A incapacidade do governo em avançar na ocupação do espaço é vista como mais um exemplo de ineficiência que permeia a administração pública no DF. Enquanto isso, as promessas de anos continuam sem cumprimento, aumentando a desconfiança nas palavras dos líderes e compromissos estabelecidos ao longo dos mandatos.

Com um prazo que se aproxima do término do governo Ibaneis e sem uma solução clara à vista, o destino do Centro Administrativo do DF permanece incerto. As esperanças para uma ocupação efetiva continuam a se esvair, enquanto o complexo se deteriora, representando não apenas um desperdício físico e financeiro, mas também um laboratório de falhas na gestão governamental.

À medida que o governo tenta solucionar o que pode ser considerado um dos maiores “elefantes brancos” da sua administração, a sociedade acompanha atentamente os desdobramentos. Para muitos, a ocupação do Centrad não é apenas uma questão administrativa, mas um símbolo da responsabilidade e capacidade do governo em transformar promessas em ações efetivas.

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