No último sábado (27), o Brasil comemorou o Dia Nacional da Doação de Órgãos, uma data que visa conscientizar a sociedade sobre a importância desse ato de solidariedade. Em São Paulo, mais de 26 mil pacientes estão na fila de espera por um transplante, evidenciando a necessidade urgente de doadores. Histórias inspiradoras, como a de Márcio Manfré, ajudam a iluminar essa questão, incentivando mais pessoas a se tornarem doadoras.
A vontade de ajudar encapsulada em uma tatuagem
Márcio Manfré, um administrador de programas de Jacareí, interior de São Paulo, é um exemplo de dedicação à doação. Seu desejo de ajudar o próximo é tão forte que ele decidiu eternizá-lo em sua pele. Aos 18 anos, ao ser convidado por um amigo para doar sangue, ele teve sua primeira experiência transformadora. “Aquilo me causou um prazer muito bom, uma sensação de poder ajudar alguém, salvar uma vida”, compartilha em entrevista à TV Vanguarda.
Desde então, Márcio adotou a doação como um estilo de vida. Ele se declarou doador de órgãos e, temporariamente, de medula óssea. Para formalizar ainda mais seu compromisso, Márcio registrou em cartório sua intenção, garantindo que tanto sua família quanto sua esposa estivessem cientes de sua decisão. Há cerca de dez anos, ele fez uma tatuagem em seu braço com a expressão “campanha pela vida”.
“Acho que todas as pessoas deveriam ter essa consciência de que podemos ajudar o próximo”, afirma Márcio. “O brasileiro precisa adotar esse hábito de ajudar o próximo.” Ele reforça que a doação é uma forma de contribuir sem gasto algum, utilizando o que há de mais precioso em nós: a vida e os órgãos.
Aumento nas doações em São Paulo
Os números de doações em São Paulo refletem uma leve alta. Entre janeiro e agosto de 2024, foram registradas 5.566 doações de órgãos e tecidos, enquanto no mesmo período de 2023, esse número cresceu para 5.909, representando um aumento de 6%. No Hospital Municipal de São José dos Campos, esse trabalho se reflete em estatísticas positivas: entre 2022 e 2025, 124 notificações foram realizadas, resultando em 39 doadores e a captação de 160 órgãos.
A importância da comunicação familiar
Dr. Carlos Maganha, diretor técnico do Hospital Municipal de São José dos Campos, destaca que um único doador pode beneficiar várias pessoas — não apenas uma, mas muitos indivíduos em necessidade de órgãos como córneas, corações e rins. Ele enfatiza a relevância de discutir o tema da doação de órgãos com a família. “As pessoas que desejam ser doadoras precisam ter essa discussão ao longo da vida, deixando claro para seus familiares suas intenções”, ressalta.
Reflexões sobre a doação de órgãos
O Dia Nacional da Doação de Órgãos é um convite para refletir sobre a nossa capacidade de ajudar o próximo. O relato de Márcio Manfré serve como uma inspiração para todos nós. A conscientização sobre a importância da doação é fundamental e todos podemos fazer a diferença.
Com mais de 26 mil pessoas na fila e histórias como a de Márcio, o desafio da doação se torna uma responsabilidade coletiva. Cada um de nós pode se perguntar: estamos prontos para fazer a diferença? A doação de órgãos pode salvar vidas e transformar histórias, e essa contribuição começa com um simples gesto de solidariedade.
Para saber mais sobre como se tornar um doador ou entender o processo de doação de órgãos, converse com familiares e profissionais de saúde. O futuro pode depender de sua decisão.
Leia mais sobre a história de Márcio Manfré.