Na tarde de sexta-feira, 26 de setembro, a Basílica Vaticana foi palco da Vigília de Oração do Jubileu dos Catequistas, um evento que reuniu cerca de vinte mil catequistas vindos de mais de cem países. A celebração foi conduzida pelo pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, dom Rino Fisichella, que iniciou a cerimônia com reflexões sobre a importância da catequese na vida cristã.
A catequese como um caminho espiritual
Dom Fisichella ressaltou que “a catequese é um itinerário, um caminho, um projeto que se realiza dia a dia”. Em sua homilia, ele enfatizou que a catequese deve estar profundamente enraizada na figura de Cristo Ressuscitado, que é “o centro da história e o coração da fé”. Segundo ele, “o mistério da Sua salvação é o mistério da nossa história”, sublinhando assim a ligação essencial entre a catequese e a vivência cristã.
Durante a cerimônia, o prelado também fez uma chamada à ação, destacando que “muitas vezes falamos de Cristo, mas não vivemos por Ele”, tornando a catequese um espaço de aprendizado que pode se tornar vazio sem a presença viva do Senhor. “Nossas catequeses, por mais bonitas que sejam, permanecem vazias se o Senhor não caminha conosco”, reforçou dom Fisichella, convidando todos a uma reflexão mais profunda sobre o significado de suas ações dentro da comunidade de fé.
Integração da catequese com a vida sacramental
Outro ponto crucial levantado foi a importância de combinar a catequese com a “riqueza sacramental”. O exemplo dos discípulos de Emaús foi utilizado para ilustrar como a experiência do encontro com Jesus na fração do pão os levou a voltar rapidamente a Jerusalém para compartilhar as boas novas. “A catequese é um evento comunitário, não individual”, afirmou o bispo, destacando que cada catequista traz consigo a comunidade cristã, onde a união e a partilha são fundamentais. Ele finalizou sua mensagem exortando a todos a serem “testemunhas de uma esperança maior que nos mostra o futuro que devemos construir”.
Peregrinação e celebração de fé
A Vigília foi precedida por uma peregrinação simbólica à Porta Santa da Basílica Vaticana, onde os participantes puderam refletir sobre a importância do Jubileu. A celebração começou com a execução do hino jubilar “Peregrinos da Esperança” e avançou para o Memorial do Batismo e a Liturgia da Palavra, centrada na passagem bíblica que narra a caminhada dos discípulos a caminho de Emaús (Lc 24,13-33a).
Testemunhos de catequistas ao redor do mundo
No decorrer do evento, três catequistas de diferentes partes do mundo compartilharam seus testemunhos, trazendo à tona as realidades de seus trabalhos. Paulo Agostinho Matica, de Moçambique, Estela Evangelista Torres, do México, e Liliana Russo, da Itália, descreveram os desafios e as alegrias de evangelizar em seus contextos. Liliana ressaltou a importância de adaptar a mensagem cristã às novas linguagens e dinâmicas sociais, especialmente em um tempo de forte presença digital: “A mensagem cristã é sempre a mesma, mas é preciso encontrar novas linguagens”, afirmou.
Oração pelos novos missionários do Evangelho
No final da cerimônia, durante a oração dos fiéis, foi feita uma súplica especial para que Cristo suscitasse “novos missionários do Evangelho”. Dom Fisichella abençoou os catequistas para que crescessem na fé e se tornassem testemunhas vivas do Evangelho. A celebração prosseguiu com o cântico “Levanta-te, vai e proclama a minha Palavra”, encapsulando o espírito missionário do evento.
Continuação do Jubileu com Audiência Jubilar
Na manhã de sábado, 27 de setembro, o Jubileu dos Catequistas prosseguiu com a Audiência Jubilar de Leão XIV, na Praça São Pedro. Os participantes tiveram a oportunidade de ouvir catequeses de bispos em várias línguas em diversas igrejas do centro de Roma. O evento culminará no domingo, 28, com uma missa presidida pelo Papa, onde serão instituídos 39 novos catequistas de quinze países, ressaltando a relevância e a universalidade da missão catequética na Igreja.
O Jubileu dos Catequistas reflete não apenas a necessidade de edificar comunidades cristãs vibrantes, mas também a importância de se renovar constantemente no Espírito, com visão e esperança para o futuro.