Brasil, 27 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

O papa e a inteligência artificial: apelo por moratória em armas autônomas

No último debate da ONU, a Santa Sé pediu por uma moratória imediata sobre armas autônomas, citando riscos da inteligência artificial.

Em um importante debate no Conselho de Segurança das Nações Unidas, realizado em Nova York no dia 24 de setembro, o Arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário do Vaticano para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais, destacou a crescente preocupação com o uso da inteligência artificial (IA) em contextos militares. Ele reiterou o apelo da Santa Sé por uma “moratória imediata” sobre a criação de armas autônomas letais, evidenciando os perigos associados ao desenvolvimento dessa tecnologia, especialmente em sistemas de comando e controle nuclear.

A preocupação com a inteligência artificial

Na sua fala, Gallagher enfatizou que “precisamos de uma abordagem centralizada no ser humano para o desenvolvimento e uso de tecnologias emergentes, sobretudo no campo militar”. Ele adverte que a dependência de máquinas para tomar decisões em situações de vida ou morte ultrapassa limites éticos a serem respeitados. Segundo o Arcebispo, o uso inadequado da inteligência artificial pode resultar em divisão, agressão e exacerbação de conflitos. “Essa não é uma preocupação abstrata, mas uma realidade urgente”, afirmou, citando a instabilidade global atual e a integração acelerada da IA nas armamentos convencionais e nucleares.

Moratória sobre armas autônomas letais

De acordo com o Arcebispo Gallagher, “a Santa Sé apoia firmemente a adoção de uma moratória imediata sobre o desenvolvimento de sistemas de armas autônomas letais (SALA)”. Ele instou que a comunidade internacional deve tratar esta questão com a seriedade que merece. O desenvolvimento de tais tecnologias gera preocupações em várias esferas: jurídica, humanitária, ética e de segurança. Gallagher ressaltou que a utilização de sistemas de armas autônomas desconsidera o julgamento humano, fundamental em situações críticas.

Além disso, ele alertou sobre o surgimento de uma nova corrida armamentista, onde a inteligência artificial poderia alterar profundamente a natureza das guerras, gerando incertezas sem precedentes. “O uso da IA em sistemas de comando e controle nuclear pode causar riscos desconhecidos que vão além da lógica atual da dissuasão”, comentou o secretário.

Papel do Conselho de Segurança

Na conclusão de sua intervenção, Gallagher reafirmou o papel crucial do Conselho de Segurança: “tem a responsabilidade primordial de manter a paz e a segurança internacionais”. Ele destacou que o avanço das tecnologias deve ser acompanhado de uma supervisão rigorosa, visando sempre o respeito à dignidade humana e à busca do bem comum. O Arcebispo agradeceu à Coreia do Sul por convocar esse debate oportuno, ressaltando que a inteligência artificial já impacta diversas áreas, como educação, trabalho e saúde.

O apelo da Santa Sé se insere em um contexto global de crescente debate sobre o uso da inteligência artificial na guerra e em outros aspectos da vida, ressaltando a necessidade de uma abordagem que priorize a ética e os direitos humanos diante do avanço tecnológico. O futuro da IA deve ser orientado por princípios que garantam a proteção e a dignidade da vida humana, e não a sua diminuição através de práticas impensadas e que desafiam a moralidade.

A discussão sobre a relação entre inteligência artificial e armas letais é apenas uma das várias questões que estão sendo abordadas no cenário mundial, mas certamente, dado o seu impacto potencial, merece atenção especial das autoridades e da sociedade civil.

Para mais informações sobre a intervenção do Vaticano nas Nações Unidas, acesse Vatican News.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes