O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar neste sábado (27) os juros elevados no Brasil, afirmando que a atual taxa básica de juros (Selic) está acima do que seria ideal para o cenário econômico. Em entrevista ao podcast “Três Irmãos”, Haddad salientou que o país poderia estar crescendo mais sem as taxas altas, que considera exageradas.
Debate sobre o patamar da taxa de juros no Brasil
Haddad afirmou que há um debate normal no mundo todo sobre qual o nível adequado para as taxas de juros, ressaltando que essa discussão é técnica e comum entre economistas. “O Brasil está crescendo o dobro do que crescia nos anos anteriores, mas o crescimento desacelerou por causa da alta dos juros”, disse. O ministro também comentou que o nível da Selic, em 15% ao ano, está acima do que seria necessário atualmente.
“Se você me perguntar: você acha justificável o juro estar nesse patamar? Eu acredito que não,” afirmou Haddad ao jornal ICL Notícias. “Entendo que há espaço para esse juro cair, e nem deveria estar em 15%.”
Reação de Gabriel Galípolo às declarações de Haddad
Após as declarações do ministro, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, comentou que considera “um luxo” ouvir críticas de Haddad de forma “delicada, gentil e educada”. Ele afirmou que é legítimo o ministro da Fazenda fazer análises sobre o que o Banco Central deveria adotar, assim como o mercado financeiro. “Sou grato por termos um ministro e um secretário do Tesouro que lidam com essas questões com educação e respeito”, disse Galípolo na última quinta-feira.
A relação entre Fazenda e Banco Central
Haddad também reforçou que acredita na educação e no respeito mútuo entre as instituições. “Quando o BC critica a Fazenda, também é feito de forma educada,” afirmou, destacando a importância de um diálogo técnico e cordial entre os órgãos.
Perspectivas para a política monetária
O ministro revelou que a discussão continua sobre o momento de reduzir as taxas de juros no país. Apesar de o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manter a Selic em 15%, Haddad acredita que essa nível de juro não se justifica para o cenário atual e que há espaço para uma redução.
Segundo ele, a expectativa é que o debate sobre o patamar adequado da taxa se intensifique nos próximos meses, com possíveis cortes dependendo da evolução da inflação e do cenário de crescimento econômico.
De acordo com análise do mercado, a redução da Selic pode impulsionar o investimento e o consumo, mas também deve ser feita com cautela para evitar pressões inflacionárias indesejadas. Para mais informações, confira a matéria completa no GLOBO.