Brasil, 27 de setembro de 2025
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Irregularidades em emendas Pix em São João de Meriti expostas

Relatório da CGU indica superfaturamento em obra da maternidade, envolvendo deputado e empresa que cedeu carro de luxo.

Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) levantou preocupações sobre a aplicação de emendas Pix em São João de Meriti, no estado do Rio de Janeiro. O documento aponta indícios de irregularidades na reforma da Maternidade do Morrinho, que consumiu R$ 19,1 milhões em emendas, sendo considerada alvo de superfaturamento. A obra foi realizada pela Pavipremo Indústria e Comércio, mesma empresa que forneceu um carro de luxo utilizado pelo deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), candidato à prefeitura em 2024, apoiado pelo atual prefeito Doutor João. Este cenário levanta questionamentos significativos sobre o uso de fundos públicos e a relação entre política e empresas contratadas para obras públicas.

Superfaturamento e conflitos de interesse

O relatório da CGU revelou que a licitação da reforma da maternidade ocorreu em 2022, resultando em um contrato de R$ 8,1 milhões com a Pavipremo. A empresa, que tinha vínculos diretos com Valdecy, se destacou em outras contratações no ano de 2024, totalizando R$ 10,9 milhões. A auditoria da CGU aponta indícios de um superfaturamento de R$ 2,6 milhões nos contratos posteriores devido à duplicação de itens que já haviam sido incluídos na formalização inicial da obra.

Fontes próximas à investigação indicam que a relação direta entre a empresa e o deputado levanta questões de ética e legalidade no uso de emendas Pix, cuja destinação deveria ser fiscalizada rigorosamente. De acordo com a CGU, a Pavipremo participou como a única concorrente em duas das três licitações referente às obras da maternidade, e a seleção parece ter sido feita sem a observância das regras padrão para garantir uma concorrência justa.

Documentos reveladores

Documentos adquiridos pela TV Globo destacam que até junho de 2023, a Pavipremo era a proprietária do Jeep Commander que era utilizado por Valdecy. Em uma movimentação que intrigou os analistas, o parlamentar vendeu o veículo em novembro do mesmo ano para uma concessionária na Barra da Tijuca. A transação levantou questionamentos sobre a origem dos bens de Valdecy, que não constaram em sua prestação de contas na candidatura de 2024.

Valdecy declarou que adquiriu o veículo conforme as leis em vigor, mas não forneceu a data da compra. No entanto, em suas contas de campanha, constam apenas uma camionete Saveiro e um Toyota Corolla, enquanto o valor claramente atribuído ao Jeep Commander, avaliado em R$ 180 mil, foi omitido, sugerindo falhas graves de transparência em sua declaração.

Reações e investigações em andamento

A atual gestão da prefeitura, sob comando de Léo Vieira (Republicanos), adversário colaborador de Valdecy, afirmou que as movimentações financeiras estão sendo alvo de análise. O prefeito defendeu a realização de uma auditoria interna para examinar todos os contratos relacionados às emendas que foram indicadas anteriormente. Valdecy, por sua vez, reforçou que a transparência é essencial, e qualquer suspeita de irregularidade deve ser prontamente investigada.

O clima político em São João de Meriti se agrava com o envolvimento do STF nas investigações sobre o uso das emendas, levando a bloqueios estimados em R$ 670 milhões. A imprensa também destaca que as aprovações políticas que levaram a essas decisões devem ser analisadas à luz de novas informações que estão surgindo.

Problemas no passado e condenações atuais

No entanto, a história de Valdecy não termina apenas nas emendas. Ele foi condenado pela Justiça Eleitoral do Rio a oito anos de inelegibilidade por abuso de poder econômico durante a campanha anterior e, embora tenha apelado, isso adiciona uma camada de complexidade à sua posição política. Os indicativos de um esquema de desinformação, em que a contratação de atores para espalhar fake news tornou-se conhecido como “teatro invisível”, complicam ainda mais sua situação.

A investigação estabelecida pela Polícia Federal reforça a conexão entre Valdecy e a Pavipremo, principalmente evidenciando laços pessoais entre o deputado e o proprietário da empresa, Edmar Evangelista do Nascimento. Esses detalhes mostram uma faceta preocupante da política local e da correta gestão dos recursos públicos, que devem ser observados com atenção por parte da sociedade.

Conclusão: Um alerta para a transparência pública

O escândalo em São João de Meriti serve como um alerta crucial sobre a importância da transparência e da responsabilidade em relação ao uso de recursos públicos. Com o bloqueio de emendas e investigações em curso, a população espera que as autoridades competentes tomem as medidas necessárias para garantir a integridade do sistema político e financeiro. A confiança no processo democrático depende da ação contra a corrupção e do compromisso com a ética em todas as esferas do governo.

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