Brasil, 27 de setembro de 2025
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Por que milhões continuam fora do mercado de trabalho

Mais de 1,2 milhão de brasileiros estão há mais de dois anos desempregados, apesar do momento de recuperação do mercado

Mesmo com a taxa de desemprego caindo para 5,6% no segundo trimestre de 2025, mais de 1,2 milhão de brasileiros permanecem há anos sem conseguir uma vaga de trabalho. Profissionais qualificados, como Felipe Bomfim e Leandro Tenório, enfrentam dificuldades para se recolocar, evidenciando o fenômeno do desemprego de longo prazo.

Desemprego de longo prazo em um mercado aquecido

O cenário atual do mercado de trabalho é considerado o melhor desde 2012, mas uma parte importante da população ainda luta para retornar ao emprego. Segundo dados da PNAD de janeiro a junho de 2025, esses trabalhadores continuam na ponta da vulnerabilidade, com dificuldades que vão além do desemprego temporário.

O desafio dos qualificados

Profissionais como Leandro Tenório, ex-analista de desenvolvimento no setor de tecnologia, ainda tentam reingressar na área após anos fora do mercado. “Parece que nada serve. Vai acabar caindo no esquecimento”, reclama. Mesmo com formação sólida e especializações, eles enfrentam a dificuldade de atualização constante e o preconceito de recrutadores.

Fatores que dificultam a reinserção no mercado

Segundo o economista Bruno Imaizumi, o desemprego de longo prazo afeta principalmente profissionais com ensino médio completo, embora quem tenha ensino superior também encontre obstáculos, como falta de experiência prática com novas tecnologias. Além disso, o mercado está mais exigente, cobrando múltiplas competências e idiomas, o que amplia o gap entre oferta e demanda.

As barreiras invisíveis

Especialistas ressaltam que fatores como idade, desatualização tecnológica, excesso de critérios rígidos e o preconceito social dificultam ainda mais a reinserção. Taís Targa, especialista em carreiras, alerta que o estigma de estar há tempo sem emprego pode prejudicar a avaliação durante processos seletivos.

O impacto do desemprego de longo prazo

O prolongado afastamento do mercado não compromete apenas a renda, mas também prejudica a autoestima, reforça estigmas e reforça a ideia de que “só não trabalha quem quer”. Além disso, a dificuldade aumenta para quem precisa aceitar vagas abaixo do nível de qualificação, o que pode gerar desgaste emocional e alimentar um ciclo vicioso de exclusão.

Casos reais de quem enfrenta essa realidade

Leandro Tenório, por exemplo, construiu uma carreira como desenvolvedor de software, mas hoje trabalha como motorista de aplicativo por necessidade. “Mesmo com pós-graduações, não consigo voltar à área de tecnologia. As novas ferramentas mudaram o mercado”, explica. Já Felipe Bomfim, formado em Relações Públicas, está há quase dois anos desempregado, apesar de múltiplas qualificações e experiências internacionais.

O que fazer ou não nesse contexto

Para enfrentar o desemprego de longo prazo, especialistas recomendam manter uma rotina equilibrada, investir em trabalhos informais e ampliar a rede de contatos. Taís Targa orienta que o profissional deve evitar se rotular como “desempregado” e valorizar as experiências alternativas, como freelances, cursos e projetos pessoais.

Além disso, é importante avaliar cuidadosamente as oportunidades, pensando na saúde emocional e na estratégia de carreira. Aceitar uma vaga fora do perfil desejado deve ser uma decisão planejada, para não comprometer o bem-estar. Investir em networking, participar de eventos e grupos de discussão fortalece a busca por novas oportunidades.

Perspectivas futuras

O desafio do desemprego de longo prazo revela uma lacuna entre o crescimento econômico do país e as dificuldades de reinserção de parte da população no mercado de trabalho. Mesmo com indicadores positivos, milhões de profissionais enfrentam obstáculos que envolvem idade, qualificação e preconceito, reforçando a necessidade de políticas que promovam inclusão e atualização profissional.

Mais informações em: g1

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