A Justiça do Rio de Janeiro condenou, nesta sexta-feira (26/9), a 20 anos e 10 dias de prisão, a líder de uma quadrilha especializada no golpe “Boa Noite, Cinderela”. Claudia Mayra Alves Soliva foi responsabilizada pela morte do turista colombiano Manuel Felipe Martinez Mantilla, em um crime que chocou a opinião pública e levantou questões sobre a segurança de visitantes na cidade.
O golpe e a tragédia
A organização criminosa atuava principalmente na Lapa e na roda de samba da Pedra do Sal, locais bastante frequentados por turistas. O golpe “Boa Noite, Cinderela” consiste em dopar as vítimas, que são então roubadas enquanto estão inconscientes. No ano passado, Manuel Felipe foi vítima dessa prática criminosa. Ele chegou a ser levado para um hospital por um motorista de aplicativo, mas não resistiu e faleceu.
Claudia, que admitiu ser garota de programa, atraiu o turista para continuar a festa no bar Esperança, localizado no Parque União, em Bonsucesso, após se conhecerem na Pedra do Sal. De acordo com o testemunho do motorista que transportou Manuel, o turista estava em visível estado de alteração e desmaiou ao entrar no carro.
O crime denunciado
As investigações apontaram que Claudia colocou o medicamento “Clonazepan” na bebida do colombiano, deixando-o grogue. Aproveitando-se da situação, ela roubou o cartão de crédito do turista e fez diversas compras em seu nome, incluindo um iPhone, o que levantou suspeitas e chamou a atenção das autoridades.
Os objetos adquiridos com o cartão roubado foram divulgados em suas redes sociais, o que acabou por auxiliar nas investigações e evidenciar sua participação no crime. Além disso, após a morte do turista, o motorista de aplicativo percebeu que algo estava errado e acionou a polícia. Ele reconheceu Claudia quando ela chegou à delegacia.
Consequências do crime
O caso não apenas expôs a atuação de organizações criminosas que visam turistas, mas também trouxe à tona a fragilidade da segurança pública em pontos turísticos do Rio de Janeiro, onde crimes desse tipo podem ocorrer com facilidade. A condenação de Claudia Mayra é um passo importante no combate a esses crimes, mas muitas vozes ainda clamam por uma maior proteção e fiscalização nas áreas mais vulneráveis.
Claudia argumentou que o cartão de crédito foi roubado por uma amiga, mas admitiu ter utilizado o cartão para fazer compras, o que determinou sua culpabilidade. A sentença de 20 anos e 10 dias de prisão foi recebida com alívio por muitos, que veem na Justiça uma resposta à impunidade frequentemente associada a crimes desta natureza.
A segurança dos turistas no Rio de Janeiro
Este caso acende um alerta para os turistas que visitam a cidade, ressaltando a importância de estar sempre atento e cauteloso, principalmente em locais onde a incidência de crimes é mais alta. Comentários nas redes sociais sugerem que os visitantes devem se informar sobre os perigos desses golpes e se manter em segurança, evitando interações com estranhos em festas e eventos.
O que esperar após a condenação
Agora, a condenação de Claudia Mayra deve servir como um alerta tanto para a população quanto para as autoridades que cuidam da segurança pública. Especialistas defendem que o estado precisa intensificar as ações de prevenção e combate a esse tipo de crime, garantindo que os turistas possam desfrutar de suas experiências sem medo de serem vítimas de crimes.
O Metrópoles tentou contato com a defesa de Claudia, mas não obteve resposta. Com a condenação, espera-se que este caso infunda um senso de urgência nas autoridades locais para que sejam tomadas medidas mais eficazes na proteção dos cidadãos e visitantes da cidade maravilhosa.
Com a tragédia de Manuel Felipe, fica a expectativa de que as lições aprendidas não sejam esquecidas e que a cidade busque formas de combater a criminalidade que a envergonha, promovendo uma Rio de Janeiro mais seguro e hospitaleiro para todos.
