As tarifas dos Estados Unidos sobre medicamentos da União Europeia e do Japão não serão mais aplicadas naquelas nações que possuem acordos negociais com cláusulas específicas, segundo um funcionário da Casa Branca. A medida faz parte de um esforço para evitar impactos econômicos negativos em países aliados, enquanto o governo americano reforça sua estratégia de proteção do mercado interno.
Tarifas limitadas para a UE e Japão
De acordo com o funcionário, as tarifas sobre medicamentos da UE serão limitadas a 15%, conforme estabelecido no acordo-base, e a mesma regra se aplica aos medicamentos japoneses. A declaração conjunta entre EUA e Japão reforça que as tarifas americanas sobre produtos japoneses, como medicamentos e semicondutores, não devem exceder o valor aplicado a outros países, incluindo a União Europeia.
Implicações para o Reino Unido e outros países
O Reino Unido, que também exporta medicamentos para os EUA, enfrentaria uma tarifa de 100%. Ainda assim, Londres e Washington negociaram um acordo comercial contendo cláusulas de isenção semelhantes. No entanto, o país europeu e os EUA ainda não chegaram a um entendimento definitivo sobre uma tarifa específica para medicamentos.
Reação do setor farmacêutico brasileiro
Míriam Leitão, colunista do Globo, afirmou que o impacto do tarifão de Trump sobre medicamentos não deve refletir no Brasil, segundo o presidente do Sindusfarma. “Para o Brasil, as novas tarifas não terão efeitos práticos”, afirmou o dirigente, ressaltando que o setor farmacêutico nacional mantém sua trajetória de crescimento.
Anúncio de Trump e possíveis dúvidas internacionais
Nesta semana, Donald Trump declarou que os EUA imporiam uma tarifa de 100% em qualquer produto farmacêutico de marca ou patenteado, a menos que a indústria estivesse construindo sua fábrica no país, definida como “início da obra ou em construção”, segundo o presidente. Caso a construção já tivesse começado, nenhuma tarifa seria aplicada. Essa declaração repentina gerou dúvidas em capitais estrangeiras sobre a continuidade dos acordos com Washington.
Agenda de aproximações diplomáticas
Dentro do cenário diplomático, há expectativa de um encontro entre Lula e Trump, possivelmente em Roma ou Kuala Lumpur, para discutir temas comerciais e estratégicos. Além disso, há sinais de avanços nos interesses do Brasil, como a possível atração de investimentos em terras-raras e data centers, em negociações que envolvem o setor privado.
Medidas recentes dos EUA
Nos últimos dias, a administração Trump também reduziu tarifas sobre automóveis para 15%, saindo dos 25% anteriores, como parte do entendimento comercial com a União Europeia. Essas ações demonstram uma tentativa de equilibrar a política tarifária e fortalecer alianças internacionais, mesmo com a adoção de medidas protecionistas em setores específicos.