Na última semana, o retorno de Jimmy Kimmel ao ar na televisão americana foi dificultado por duas das maiores redes de televisão do país, Nexstar Media Group e Sinclair Broadcast Group. Essas companhias, que juntas controlam cerca de 70% das estações afiliadas à ABC, decidiram não transmitir o episódio de estreia após comentários polêmicos do apresentador sobre Charlie Kirk.
Quem bloqueou a volta de Jimmy Kimmel?
As empresas responsáveis pela não transmissão de Kimmel, especialmente Sinclair, são reconhecidas por sua orientação política conservadora. Além disso, a Sinclair está atualmente negociando uma fusão de US$ 6,2 bilhões com a Tegna, o que pode ampliar ainda mais seu alcance de audiência, dependendo da aprovação da FCC.
Segundo o CNBC, o acordo só avançará se a entidade reguladora autorizar e, possivelmente, alterar limites de alcance de emissoras nacionais, o que favoreceria interesses de grupos alinhados com posições políticas mais restritivas.
Reações dos espectadores e debates sobre liberdade de expressão
Nos diversos fóruns online, como Reddit, usuários se manifestaram frustrados por não conseguirem assistir ao retorno de Kimmel, sugerindo boicotes às afiliadas e às propagandas locais. Muitos também discutiram a questão da liberdade de expressão, considerando a recusa uma censura orquestrada por interesses políticos.
“Espero que a Disney desligue a afiliada da ABC que se recusou a transmitir o programa”, comentou um internauta na comunidade r/entertainment. Outros alertaram para a lista de exigências feitas pela Sinclair, como uma doação significativa para grupos alinhados à direita, como Turning Point USA, acusando a manobra de extorsão.
Conexões políticas e interesses econômicos
Investigação aponta que o CEO da Sinclair doou US$ 250 mil à Charlie Kirk, fundador do Turning Point USA, em 2024, reforçando a suspeita de interesses políticos por trás da decisão de não exibir Kimmel. Além disso, a fusão com a Tegna poderia alcançar ainda mais casas nos Estados Unidos, potencialmente beneficiando grupos com posições mais conservadoras.
“Se a fusão for aprovada, esses executivos seriam recompensados por manter o programa fora do ar”, afirmou um especialista consultado pelo The New York Times. As ações refletem uma estratégia de controle de informações e influência sobre o público.
Impacto na liberdade de imprensa e o que fazer
Parte da audiência propôs reações como o boicote às afiliadas que impedem a transmissão e a assinatura de plataformas de streaming que disponibilizem o conteúdo de Kimmel. A situação reacendeu o debate sobre o papel da mídia na democracia e a importância de garantir a livre expressão de opiniões contrárias ao establishment.
“O que mais podemos fazer é votar com nossos bolsos e pressionar por uma mídia mais livre”, afirmou um internauta na comunidade r/Connecticut. A discussão permanece quente, alimentada por interesses econômicos, políticos e a luta por liberdade de expressão na televisão.