Brasil, 26 de setembro de 2025
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Déficit nas contas externas do Brasil cai para US$ 4,7 bilhões em agosto

Apesar do número negativo, resultado é o mais baixo para agosto em oito anos, refletindo melhora nas balanças comercial e de serviços

No mês de agosto, as contas externas do Brasil apresentaram um déficit de US$ 4,7 bilhões, número menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando o saldo negativo foi de US$ 7,2 bilhões. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central (BC) no boletim Estatísticas do Setor Externo.

Segundo o levantamento, o déficit acumulado em 12 meses terminou em US$ 76,2 bilhões, o equivalente a 3,51% do Produto Interno Bruto (PIB). Em julho, o indicador tinha sido de US$ 78,7 bilhões (3,66% do PIB), e em agosto de 2024, o saldo negativo totalizava US$ 43,6 bilhões (1,95% do PIB). O resultado do ano até agora é o maior para o período desde 2015, quando o déficit chegou a US$ 51,6 bilhões.

Entenda os números

As contas externas refletem a relação de troca do Brasil com o restante do mundo, considerando balança comercial, balança de serviços, renda primária e renda secundária. Um saldo negativo indica que o país envia mais dinheiro ao exterior do que recebe, o que pode impactar a valorização da moeda e elevar a necessidade de endividamento externo.

Balança comercial com tarifaço

O destaque do mês foi a balança comercial, que fechou com saldo positivo de US$ 5,5 bilhões em agosto, resultado de um aumento nas exportações (US$ 30,0 bilhões, alta de 3,8%) e uma redução nas importações (US$ 24,5 bilhões, queda de 2,6%). Para comparação, em agosto de 2024, o saldo havia sido de US$ 3,7 bilhões. Este foi o primeiro mês afetado pelo tarifaço americano, que impõe taxas de até 50% sobre certos produtos enviados pelo Brasil.

Segundo Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC, a alta das exportações mesmo com o tarifão se deve à busca por novos mercados. “Podemos ter a abertura de novas oportunidades em países como China e Argentina”, afirmou.

Outros componentes do déficit

A balança de serviços apresentou um déficit de US$ 4,2 bilhões em agosto, sendo 20,3% menor do que o mesmo mês de 2024. Já a conta de renda primária, composta por pagamentos de salários, juros, lucros e dividendos, fechou com um déficit de US$ 6,3 bilhões, aumento de 6,4% na comparação interanual. Por outro lado, a renda secundária teve resultado positivo de US$ 397 milhões.

Mercado de investimentos e reservas

O Banco Central também divulgou que os investimentos estrangeiros diretos no país, que representam entrada de dinheiro para compra e expansão de empresas, somaram US$ 8 bilhões em agosto, valor semelhante ao de 2024. Ainda assim, o saldo total em 12 meses caiu para US$ 69 bilhões (3,18% do PIB), ante US$ 71,2 bilhões no mesmo período do ano passado.

As reservas internacionais brasileiras alcançaram US$ 350,8 bilhões em agosto, aumento de US$ 5,7 bilhões em relação ao mês anterior. Esse é o maior patamar desde novembro de 2024 e funciona como uma espécie de colchão de segurança do país para suas obrigações estrangeiras e eventuais crises externas.

Perspectivas futuras

Especialistas avaliam que, apesar do déficit, a melhora nos resultados de agosto reforça sinais de estabilização na conta externa brasileira, impulsionada por exportações resilientes mesmo diante do tarifaço americano. A busca por novos mercados e a redução nas importações são fatores que explicam esse movimento.

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