Os bispos dos Estados Unidos afirmaram sua solidariedade aos cristãos e comunidades na África, destacando o compromisso de testemunhar respeito pela vida e dignidade humana perante conflitos persistentes no continente.
Apelo por paz e justiça na África
Em uma declaração divulgada em 24 de setembro, o Bispo A. Elias Zaidan, presidente do Comitê de Justiça e Paz Internacional da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB), pediu que políticos e fieis de todas as religiões unam esforços para promover a paz, justiça e segurança na África.
Zaidan destacou que, em 2025, milhões de africanos vivem deslocados devido a conflitos, perseguições religiosas e étnicas, dificuldades econômicas e crises ambientais. “Este ano, muitos continuam forçados a abandonar suas casas em busca de sobrevivência”, afirmou.
Desafios humanitários e violência endêmica
O bispo ressaltou que regiões como Sudão, Sudão do Sul, Somália, Etiópia, DRC e o Sahel enfrentam ciclos de violência extrema, que resultam na morte de milhares de civis. Segundo dados da Catholic News Agency, há cerca de 15 milhões de deslocados na África Subsaariana.
No Sudão, por exemplo, a população sofre com uma grave crise de cólera, que, até agosto, causou quase 100 mil casos e mais de 2.470 óbitos, agravando o desastre humanitário no país.
Conflitos armados em países como Congo e Etiópia continuam a gerar mortes e deslocamento em grande escala, uma consequência da violência prolongada nesses territórios.
Perseguição religiosa e ações extremistas
Zaidan ressaltou que a intensificação da violência extremista tem atingido grupos religiosos, incluindo cristãos, muçulmanos e outras comunidades de fé. “Temos sido testemunhas de campanhas de assassinatos em massa, sequestros e deslocamentos forçados, especialmente na Nigéria e na República Democrática do Congo”, afirmou.
Um dos ataques mais brutais recentes foi perpetrado por militantes fulanis em junho, que resultaram na morte de cerca de 200 cristãos na Nigéria, considerado o pior ataque na região até então. A violenta investida deixou milhares de famílias devastadas.
Responsabilidades e esperança de construção de paz
Para Zaidan, o compromisso da Igreja Católica e do governo dos Estados Unidos na ajuda humanitária é fundamental para promover o bem comum e respeitar a vida. “Precisamos fortalecer os esforços de assistência internacional que salvam vidas e promovem a dignidade humana”, pontuou.
Ele concluiu pedindo a Nossa Senhora Rainha da Paz que console os afetados pela violência e conceda coragem às pessoas de boa vontade para construírem um ambiente de paz e diálogo tanto local quanto internacionalmente.
Perspectivas futuras e apelo à oração
Inspirados pelo Papa Leo XIV, os bispos dos EUA também enfatizaram a importância de que cada comunidade seja um “lar de paz”, onde a justiça é praticada e o perdão é cultivado, contribuindo assim para a superação dos conflitos e a construção de um mundo mais justo.