O economista realiza uma análise aprofundada ao traçar uma história do pensamento ocidental sobre a desigualdade, articulando as obras de seis autores clássicos: François Quesnay, Adam Smith, David Ricardo, Karl Marx, Vilfredo Pareto e Simon Kuznets.
Para cada um deles, o autor propõe uma questão hipotética: “O que seu trabalho revela sobre a distribuição de renda como ela existe em sua época, e como e por que ela pode mudar?”
Reflexões sobre a desigualdade e mudanças sociais
Quesnay e Adam Smith
Quesnay, considerado um dos precursores da fisiocracia, destacou o papel da agricultura na economia e sugeriu que a riqueza deveria ser distribuída de forma a estimular a produção. Já Smith introduziu o conceito de mercado livre, defendendo a ideia de que a atividade econômica, guiada pela “mão invisível”, levaria à distribuição eficiente de recursos, embora reconhecesse desigualdades.
Ricardo e Marx
Ricardo contribuiu com a teoria do valor e do preço, apontando que a desigualdade de renda decorre das diferenças na propriedade da terra e do trabalho. Marx, por sua vez, criticou o sistema capitalista, enfatizando que a desigualdade resultaria da exploração da classe trabalhadora pelos capitalistas, e defendia uma mudança para uma sociedade sem classes.
Pareto e Kuznets
Vilfredo Pareto buscou explicar a distribuição de renda através de leis matemáticas, enquanto Kuznets apresentou sua famosa curva, mostrando que a desigualdade tende a aumentar no início do desenvolvimento econômico, mas diminui à medida que o país se industrializa.
Perspectivas futuras e o debate atual
Hoje, esses paradigmas continuam influenciando debates sobre políticas econômicas. Segundo um artigo do G1, a discussão sobre o papel do mercado, do Estado e as desigualdades permanece central na pesquisa econômica moderna. Economistas contemporâneos questionam como novas formas de distribuição e renda podem surgir em um mundo cada vez mais desigual.
Ainda que as teorias tenham evoluído, o debate sobre desigualdade de renda e sua possível mudança reflete a tensão entre as forças do mercado e as políticas públicas, buscando um equilíbrio que promove justiça social e desenvolvimento sustentável.