Nos últimos anos, o confronto entre Real Madrid e Atlético de Madrid, conhecido como “derbi madrileño”, tornou-se uma das rivalidades mais acirradas do futebol mundial. Ambos os times têm suas histórias, glórias e, principalmente, rivalidades que se intensificaram, especialmente desde a chegada do técnico Diego Simeone ao Atlético em 2012. No próximo jogo entre as equipes, que ocorrerá no Estádio Metropolitano, a expectativa é alta e o clima é de tensão, já que a rivalidade entre os clubes nunca foi tão forte.
A trajetória do Atlético: de rebaixamentos a triunfos
Embora o Real Madrid tenha uma longa e rica história de títulos, com quase quatro vezes mais conquistas do Campeonato Espanhol do que seu rival, a jornada do Atlético foi marcada por altos e baixos. Após um período desastroso que culminou no rebaixamento em 2000, o clube colchonero passou por um longo jejum até conquistar o título da La Liga em 2014, o que marcou um ponto de virada para a equipe e estabeleceu uma nova rivalidade com o Real.
Antes do triunfo sob a batuta de Simeone, o Atlético parecia resignado a perder para o Real Madrid. Entre 1999 e 2013, o clube não conseguiu vencer uma única vez o rival no campeonato. Essa falta de sucesso histórica dificultava a criação de uma rivalidade genuína, já que, por muitos, o Atlético era visto como apenas mais um adversário a ser superado.
O jogo que mudou tudo
Um momento decisivo na história da rivalidade ocorreu no dia 17 de maio de 2013. O Atlético, com um time repleto de talentosos jogadores como Filipe Luís, Diego Costa e Radamel Falcao, desafiou o Real Madrid na final da Copa do Rei. Com um gol de virada do zagueiro brasileiro Miranda nos acréscimos, o Atlético acabou com a maldição que o assombrava em confrontos diretos e conquistou seu primeiro título sobre o rival em muitos anos.
Esse triunfo não apenas deu ao Atlético uma injeção de confiança, mas também catalisou uma mudança na percepção da rivalidade local. De repente, o Atlético estava de volta ao jogo, e essa nova fase de competitividade fez com que muitos começassem a considerar a rivalidade entre os dois clubes madrilenhos tão intensa quanto a que existe entre Madrid e Barcelona no famoso “El Clásico”.
Momentos dramáticos e rivalidade crescente
A rivalidade se acentuou com as finais da Liga dos Campeões da UEFA em 2014 e 2016, nas quais o Real Madrid saiu vitorioso, mas não sem drama. O Real precisou de um gol nos acréscimos para empatar em 2014, garantindo a vitória na prorrogação, e em 2016 venceu nos pênaltis, após o Atlético desperdiçar a única cobrança. Mesmo sem conquistar um título importante nos últimos quatro anos, o Atlético provou ser um adversário à altura, criando um equilíbrio entre os dois gigantes de Madrid.
A pressão e a expectativa atuais
Com o próximo jogo se aproximando, o Atlético enfrenta um momento desafiador. Com um início de temporada difícil e apenas duas vitórias em sete jogos, a pressão sobre o time aumenta, especialmente após a eliminação da Liga dos Campeões em uma situação polêmica envolvendo um pênalti. O Real Madrid, que conta com a excelente forma de Kylian Mbappé e Vinícius Júnior, é considerado o favorito. No entanto, a atmosfera carregada e a necessidade de vingança do Atlético podem trazer surpresas.
Adicionalmente, o Estádio Metropolitano foi palco de polêmicas em relação ao tratamento de Vinícius Júnior pelos torcedores rivais, elevando ainda mais a carga emocional desse clássico. É uma rivalidade que vai além das quatro linhas e toca em questões sociais, onde a linha entre rivalidade saudável e hostilidade muitas vezes se torna tênue.
Assim, o confronto de amanhã não é apenas mais um jogo; ele representa o embate de duas culturas, de dois estilos de futebol e de um desejo incessante de superar o outro. Independentemente do resultado, a rivalidade entre Real e Atlético certamente continuará a crescer, refletindo a rica história e as emoções que o futebol pode proporcionar.
