Brasil, 26 de setembro de 2025
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Iran pode ter realizado teste de mísseis sem declaração oficial

Imagens de satélite indicam que o Irã está avançando com seu programa de mísseis, em meio a tensões com Israel e pressões internacionais.

Nesta quinta-feira, a Associated Press revelou, por meio de imagens de satélite analisadas, que o Irã pode ter realizado um teste de mísseis não declarado em seu espaçoporto Imam Khomeini. O evento ressalta os esforços de Teerã para manter seu programa de armamentos, mesmo em meio à guerra de 12 dias com Israel em junho.

O teste não declarado e suas implicações

Até o momento, o Irã não confirmou formalmente o suposto teste de mísseis, que teria ocorrido em uma plataforma circular que já recebeu outros lançamentos do programa espacial civil do país. No entanto, um único membro do parlamento iraniano afirmou, sem fornecer provas, que Teerã testou um possível míssil balístico intercontinental.

A realização desse teste e a afirmação do legislador geram inquietação sobre a intenção do Irã de expandir o alcance de seus mísseis, especialmente considerando as tensões elevadas diante das sanções das Nações Unidas, que devem ser reenviadas no próximo fim de semana devido ao programa nuclear do país.

Marcas de queimadura na plataforma de lançamento

No dia 18 de setembro, usuários de mídias sociais iranianas divulgaram imagens do céu sobre a província de Semnan, onde se podia ver o rastro de um foguete ao pôr do sol. As autoridades iranianas não confirmaram a causa do rastro, e a mídia estatal do país não noticiou o incidente. Imagens de satélite anteriores, obtidas pela Planet Labs PBC, mostram a plataforma de lançamento do espaçoporto com marcas de queimadura significativas, sugerindo que um míssil de combustível sólido tenha sido lançado, de acordo com especialistas.

A alegação de um míssil balístico intercontinental

O membro do parlamento iraniano, Mohsen Zanganeh, anunciou em rede de televisão estatal que o Irã havia feito um teste de um míssil balístico intercontinental, apresentando-o como um símbolo da força do país frente às adversidades com Israel e o Ocidente. Ele reafirmou que o Irã não tinha desistido do enriquecimento de urânio nem retrocedido em suas posições sobre mísseis.

No entanto, a falta de evidências concretas e a ausência de informações detalhadas tornam difícil validar essas alegações. O alcance de um míssil balístico intercontinental geralmente ultrapassa 5.500 km, enquanto a liderança suprema do Irã definiu um limite de 2.000 km, cobrindo a maior parte do Oriente Médio, incluindo Israel.

Dúvidas sobre o lançamento persiste

Apesar das alegações do legislador, permanecem muitas questões sobre o que, de fato, aconteceu no lançamento. O Irã tem utilizado a mesma plataforma para lançar mísseis de combustível sólido chamados Zuljanah, que têm a capacidade de colocar satélites em órbita, levantando preocupações de que o governo iraniano poderia, potencialmente, desenvolver mísseis balísticos intercontinentais.

A possibilidade de que o teste tenha sido um veículo de lançamento espacial indica uma intenção do Irã em ameaçar alvos fora do Oriente Médio, abrangendo até mesmo o continente europeu e os EUA. No entanto, o Irã sempre declarou que seu programa nuclear é pacífico e agências de inteligência dos EUA afirmam que Teerã não está ativamente buscando armas nucleares.

Sem um reconhecimento formal do teste e com a incerteza sobre o que foi enviado ao espaço, é possível que o lançamento não tenha ocorrido com sucesso. Além disso, não houve confirmação por parte de autoridades espaciais dos EUA sobre o lançamento de novos satélites iranianos em 18 de setembro.

A situação sugere que o Irã pode estar tentando enviar uma mensagem ao Ocidente de que continuará seu programa de mísseis, independente das sanções e pressões recebidas, embora a falta de confirmação deixe em aberto a real intenção de Teerã.

“O problema é que tanto acontece com o Irã que é difícil dizer o que é coincidência e o que é um padrão”, concluiu um especialista em mísseis.

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