No último dia 24 de setembro, um arrastão em um prédio de alto padrão em Ribeirão Preto, São Paulo, resultou em um prejuízo estimado em mais de R$ 4 milhões. O assalto teve como alvo seis apartamentos localizados em um edifício de 14 andares, onde os criminosos conseguiram entrar após alugar um imóvel nas semanas anteriores. A quadrilha, composta por pelo menos dez ladrões, se organizou em núcleos para planejar e executar a ação criminosa, que impressionou as autoridades locais pela audácia e pelo impacto financeiro às vítimas.
Como o assalto foi planejado
Segundo informações reveladas pelo delegado André Baldochi, a abertura da investigação indicou que a quadrilha usou uma abordagem bem estruturada. Eles conseguiram se infiltrar no condomínio após alugar um apartamento, o que permitiu que se familiarizassem com o local e com os moradores. Durante o planejamento, a quadrilha utilizou disfarces e separou funções em núcleos, o que demonstra um nível de organização elevado.
Em uma ação rápida, os ladrões invadiram os apartamentos e recolheram joias, eletrônicos, dinheiro e outros bens valiosos. Os objetos levados foram avaliados em uma quantia que pode ultrapassar os R$ 4 milhões, embora nem todas as vítimas tenham reportado os danos até o momento. Baldochi destacou que as investigações estão em andamento e a quantia final deverá ser confirmada após o envolvimento de todas as vítimas.
Os criminosos são identificados e presos
Até a quinta-feira seguinte ao crime, seis integrantes da quadrilha foram presos, incluindo quatro suspeitos em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, além de dois em Ribeirão Preto. As investigações seguem na busca por novos suspeitos, utilizando evidências como impressões digitais coletadas nos locais do crime.
Uma das principais suspeitas é Júlia Moretti de Paula, de apenas 21 anos, que, segundo as investigações, foi a responsável por alugar o apartamento onde a quadrilha se estabeleceu antes do arrastão. Júlia foi identificada não apenas como uma participante ativa do assalto, mas também como a pessoa que atuou no núcleo logístico da operação.
A atuação do núcleo logístico
Durante as investigações, os policiais descobriram que Júlia falsificou documentos, apresentando uma identidade falsa ao assinar o contrato de locação. De acordo com Baldochi, os contratos de locação atualmente são assinados de forma digital, o que facilita a falsificação. Ela tentou realizar o pagamento da caução em dinheiro, mas a imobiliária recusou. A quantia acabou sendo paga por outra integrante da quadrilha, Fabiana de Paula Fernandes Miranda, que também foi presa.
A ação metódica da quadrilha se tornou um exemplo alarmante sobre a vulnerabilidade de prédios de alto padrão e gerou preocupação na comunidade local em relação à segurança das residências em áreas urbanas.
Comentários dos advogados e desdobramentos futuros
Os advogados de dois dos suspeitos presos afirmaram que não vão se manifestar sobre o caso. A polícia continua a investigar, tentando localizar outros cúmplices e coletar mais evidências. O desfecho dessa história ainda está por vir, mas a sensação de insegurança e o medo de novos arrastões se espalham entre os moradores do bairro.
As autoridades reforçam a importância de cuidados redobrados em áreas consideradas de risco e recomendam que os moradores se unam para dificultar a ação de grupos criminosos. Além disso, a segurança dos prédios deve ser reavaliada, com a instalação de câmeras e sistemas de monitoramento mais eficazes.
Ribeirão Preto, uma cidade conhecida por seu potencial econômico, agora enfrenta o desafio de assegurar que tal crime não se repita, e as forças de segurança se comprometem a trabalhar arduamente para restabelecer a sensação de segurança para todos os cidadãos.