A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) anunciou uma importante iniciativa para combater o mau comportamento de pais, familiares e torcedores durante as partidas das categorias de base. A criação do Protocolo de Ação contra a Violência Verbal visa impedir que ofensas vindas das arquibancadas atrapalhem a formação dos atletas. De acordo com a Ferj, a medida busca preservar o ambiente esportivo e garantir que os jogos sejam conductores de educação e cidadania para os jovens atletas.
O que é o Protocolo de Ação contra a Violência Verbal?
O protocolo foi apresentado durante uma reunião na sede da Ferj, contando com a presença de representantes dos 24 clubes afiliados à entidade. A medida estabelece que, caso um árbitro presencie ofensas durante o jogo, ele deve imediatamente relatar a situação ao delegado da partida. Este, por sua vez, informará as comissões técnicas para que sejam tomadas providências contra os infratores.
Se a ofensa persistir, o árbitro está autorizado a interromper a partida por até dez minutos. Caso os ataques verbais continuem após a retomada, o jogo será encerrado e o acontecimento será registrado em súmula, podendo levar o caso ao Comitê Disciplinar da competição. Essa abordagem é uma forma de mostrar que a Ferj está comprometida com a integridade dos eventos esportivos, especialmente nas categorias mais jovens, onde a formação de caráter é tão crucial.
A importância da iniciativa para a formação dos atletas
Marcelo Vianna, vice-presidente de Competições da Ferj, enfatizou que a iniciativa vai além de medidas disciplinares. Ele acredita que a Ferj tem a responsabilidade de preservar não apenas o aspecto competitivo das partidas, mas também a formação cidadã dos jovens atletas. “O Rio ainda é um dos poucos estados que coloca torcidas divididas nos estádios. Portanto, queremos dar exemplo desde a base, criando um protocolo de comportamento que previna incidentes resultantes de torcedores mal-educados”, afirma Vianna.
A Ferj reconhece que as competições de base não moldam apenas atletas, mas cidadãos. O comportamento inadequado dos pais e torcedores pode prejudicar o desenvolvimento emocional e ético das crianças e jovens que participam dessas competições. Dessa forma, a proposta é também um investimento na formação de um amanhã mais respeitoso e educado.
Outras medidas em discussão para melhoria do ambiente esportivo
Além do Protocolo de Ação contra a Violência Verbal, a Ferj está considerando implementar outras estratégias como campanhas de conscientização, palestras educativas direcionadas aos pais e torcedores, e até a figura do “pai Capitão”, um modelo que pode servir de exemplo positivo dentro e fora de campo. Há também discussões para a capacitação de árbitros e delegados, de modo a atuarem de forma mais pedagógica durante as partidas, ajudando a educar tanto os jogadores quanto o público.
Com esta iniciativa, a Ferj demonstra um entendimento profundo da importância de um ambiente saudável nas competições esportivas, especialmente nas categorias de base. A presença de pais e torcedores é fundamental, mas é crucial que o comportamento deles contribua para a formação de todos os envolvidos no esporte.
Essa abordagem inovadora e responsável pode servir de modelo para outras federações e instituições esportivas pelo Brasil, mostrando que todos têm um papel na construção de um ambiente esportivo mais respeito e positivo.
