Brasil, 26 de setembro de 2025
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China sinaliza que compras de soja dos EUA dependem da remoção de tarifas irracionais

A China, maior compradora de soja do mundo, revela que as importações de soja norte-americana só ocorrerão após a remoção de tarifas consideradas irracionais pelos chineses

Durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (25), o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, afirmou que a China só retomará as compras de soja dos Estados Unidos se Washington eliminar as tarifas consideradas irracionais e criar condições favoráveis para ampliar o comércio bilateral. A declaração reforça a tensão comercial entre os dois países, que afeta diretamente o mercado global de soja.

Entenda o impacto da disputa comercial na soja

Atualmente, a China, maior importadora de soja do planeta, ainda não reservou cargas da safra de outono dos EUA, optando por fornecer alimentos ao seu mercado através da América do Sul, principalmente Brasil e Argentina, segundo informações da Reuters. Essa postura pode gerar prejuízos bilionários aos agricultores americanos, que veem suas vendas diminuírem devido às tensões comerciais prolongadas.

Reuniões indicam possibilidade de avanço

No início desta semana, o negociador de comércio da China, Li Chenggang, reuniu-se com líderes políticos e empresários do Meio-Oeste dos EUA, região responsável por grande parte da produção de soja do país. Apesar do encontro sugerir que a China pode comprar alguns grãos de soja dos EUA antes de negociações mais abrangentes, a divergência sobre detalhes técnicos tem dificultado o avanço nas tratativas. Novos encontros entre autoridades comerciais dos dois países estão previstos.

Consequências para o setor agrícola americano

O setor de soja dos EUA sofre perdas significativas devido à suspensão das compras chinesas, que deixou de reservar importações de setembro a janeiro. A China, que antes comprava mais de 70% da soja produzida na Dakota do Norte, aumentou suas aquisições de soja brasileira para atender à sua demanda interna. Produtores americanos, como Josh e Jordan Gackle, estimam prejuízos de até US$ 400 mil neste ano em suas fazendas de 930 hectares, evidenciando o impacto econômico da guerra comercial.

Em nota, o presidente da Associação Americana de Soja, Caleb Ragland, alertou que o setor está “à beira de um precipício comercial e financeiro” e que os produtores americanos “não podem sobreviver a uma disputa comercial prolongada com a China”.

Perspectivas futuras e desafios do mercado

Enquanto as negociações continuam, o mercado global de soja permanece vulnerável às oscilações provocadas pelas tensões entre os dois maiores importadores e exportadores. A possibilidade de retomada das compras americanas dependerá, agora, da disposição de ambas as partes em resolver as divergências comerciais, especialmente relacionadas às tarifas e condições de troca.

Para os agricultores brasileiros, essa situação pode representar uma oportunidade de mercado, dado o aumento nas exportações para a China, que busca substituir a soja americana na sua cadeia de fornecimento.

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