Brasil, 25 de setembro de 2025
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Dólar sobe 0,69% com incertezas sobre Fed e fragilidade na economia brasileira

O dólar comercial encerrou a quinta-feira em alta de 0,69%, a R$ 5,3634, refletindo dúvidas do mercado diante de dados econômicos globais e domésticos

O dólar comercial fechou em alta de 0,69% nesta quinta-feira, cotado a R$ 5,3634, impulsionado pelas incertezas sobre a trajetória de juros do Federal Reserve e sinais de fragilidade na economia brasileira. O movimento ocorreu em um cenário de leitura mista dos investidores diante de dados econômicos dos Estados Unidos e indicadores domésticos que sugerem desaceleração.

Dados dos EUA reforçam cautela e impactam o mercado de câmbio

Nos Estados Unidos, o Produto Interno Bruto (PIB) surpreendeu ao crescer 3,8%, acompanhado por pedidos semanais de seguro-desemprego bem abaixo do esperado. Além disso, as vendas de moradias novas alcançaram 800 mil unidades nos últimos 12 meses, o maior volume desde janeiro de 2022.

Resiliência econômica e dúvidas sobre o Fed

Para André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica, parte desses dados indicam que a economia americana ainda demonstra resiliência, o que mantém dúvidas sobre os próximos passos do Federal Reserve. A autoridade monetária ainda tem duas reuniões neste ano, e não está claro se haverá dois novos cortes de juros, como o mercado projeta. A postura cautelosa de Jerome Powell, aliada à força dos números recentes, sustenta a alta dos rendimentos dos Treasuries e reforça a aversão ao risco, afirmou Galhardo.

Perspectivas do mercado americano

Segundo André Valério, economista do Inter, os dados positivos da balança comercial e dos pedidos de seguro-desemprego sugerem que a economia dos EUA pode estar mais forte do que indicam os números de emprego. Ainda assim, a expectativa é de que o Fed não realize cortes agressivos e deixe para reduzir os juros somente na reunião de dezembro, devido à ausência de sinais claros de desaceleração.

Impactos na economia brasileira e o cenário doméstico

No Brasil, o IPCA-15 de setembro ficou abaixo do esperado, em 0,48%, ante a mediana de 0,51%, sinalizando alguma desaceleração da inflação. Apesar disso, sinais de fragilidade na economia doméstica continuam evidentes, como a queda real na arrecadação de agosto, divulgada pela Receita Federal.

Cenário de desaceleração e suas implicações

Para Galhardo, essa desaceleração ajuda a conter a inflação, mas aumenta as dúvidas sobre o cumprimento das metas fiscais para 2026. Se a desaceleração for mais profunda ou prolongada, isso pode reduzir riscos inflacionários, mas dificultar o equilíbrio das contas públicas e resultar em cortes adicionais de gastos padrão ou no descumprimento da meta fiscal.

Desafios fiscais no horizonte

Especialistas alertam que esse perfil de desaceleração evidencia um problema estrutural das contas públicas brasileiras, podendo levar a cortes adicionais em gastos discricionários ou ao descumprimento das metas fiscais no próximo ano, embora não signifique descontrole fiscal.

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