Brasil, 25 de setembro de 2025
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Escolas públicas do RJ enfrentam calor e baixo aprendizado

Levantamento revela que infraestrutura precária afeta o aprendizado de alunos nas escolas públicas do Rio de Janeiro.

As escolas públicas do Rio de Janeiro enfrentam um difícil cenário, com o calor excessivo e a falta de aprendizado adequado se mostrando como desafios constantes. Um levantamento realizado pela organização Todos pela Educação confirmou que muitas unidades ainda não possuem salas climatizadas, enquanto os índices de aprendizagem no ensino fundamental e médio permanecem alarmantemente baixos.

Condições precárias nas salas de aula

Na Escola Municipal Professora Irene da Silva Oliveira, localizada em Vila Cava, Nova Iguaçu, os aparelhos de ar-condicionado já foram instalados, mas nunca funcionaram. A madrasta de um aluno do sétimo ano, Raíle Costa, destaca a situação: “Tem ventilador, mas o ar-condicionado tá nas paredes, inclusive são novos, tem plástico, mas não estão ligados.” A direção da escola informa que a ativação do ar-condicionado depende da instalação de uma nova rede elétrica, um processo que ainda não foi finalizado. Com a chegada do verão, as preocupações dos pais aumentam.

“Reclamam. Reclama muito. Muitas crianças passam mal na escola, passam muito mal por causa do calor”, diz Glaucielen Almeida, que tem um filho estudando na instituição. A operadora de caixa Juliane Nascimento compartilha uma preocupação similar: “Meu filho tem 9 anos e estuda aí dentro. Ele reclama quando está muito quente: ‘Mãe, tá muito quente, a sala tá muito quente, não é arejada o suficiente’.”

Dados preocupantes sobre aprendizado

De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica de 2025, a climatização é considerada um item básico de infraestrutura nas escolas. O levantamento revela que a região Sudeste apresenta a menor taxa de salas climatizadas do país, com apenas 21,5%. No estado do Rio de Janeiro, 60,5% das salas possuem ar-condicionado ou climatizadores, o que significa que 4 em cada 10 salas ainda carecem de climatização.

Além disso, os índices de aprendizagem são alarmantes: apenas 43,3% dos alunos nos anos iniciais do ensino fundamental concluem o ciclo com aprendizado adequado em Língua Portuguesa e Matemática. Nos anos finais, esse número cai para 19,6%, e apenas 10,7% dos alunos conseguem concluir o ensino médio com aprendizado adequado.

Desafios e perspectivas para a educação no RJ

Bernardo Baião, coordenador de políticas educacionais do Todos pela Educação, ressaltou os desafios enfrentados pelo estado: “O Brasil vem melhorando seus resultados educacionais, enquanto o Rio de Janeiro não consegue acompanhar esse ritmo. É um estado que apresenta muitos desafios de aprendizado. Priorizar a educação dos alunos não é apenas uma questão orçamentária; se você garante a infraestrutura dentro da sala de aula, naturalmente os resultados aparecem.”

A concessionária Light anunciou que tomará medidas imediatas, informando que realizará o aumento de carga na Escola Municipal Professora Irene da Silva Oliveira ainda hoje. A empresa explicou que a pendência técnica, que é de responsabilidade da Prefeitura de Nova Iguaçu, foi finalmente concluída.

A Prefeitura, por sua vez, afirmou que 122 das 151 unidades da rede municipal contam com aparelhos de ar-condicionado. Além disso, está realizando reuniões semanais com a Light para agilizar as adequações nas escolas que ainda não estão climatizadas.

A urgência de soluções para os problemas educacionais

A situação nas escolas públicas do Rio de Janeiro é um reflexo de problemas estruturais profundos que precisam ser resolvidos com urgência. Com as altas temperaturas, a falta de climatização nas salas de aula não só compromete a saúde dos alunos, mas também interfere na qualidade da educação, um direito fundamental que deve ser garantido a todas as crianças e jovens no Brasil.

A atuação colaborativa entre a Prefeitura, a concessionária de energia e as comunidades locais será essencial para enfrentar esses desafios. Somente assim, será possível oferecer um ambiente de aprendizado saudável e produtivo, garantindo que os alunos tenham a oportunidade de desenvolver seu potencial e alcançar um futuro mais promissor.

É crucial que a sociedade civil permaneça atenta e cobre das autoridades soluções efetivas para que as crianças e adolescentes tenham acesso a uma educação de qualidade, sem as barreiras impostas por instalações inadequadas e condições climáticas desfavoráveis.

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