Brasil, 25 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Governo argentino alcança meta de arrecadação com retomada de tributos às exportações

Após suspender tributos às exportações de grãos, Argentina atinge US$ 7 bilhões em arrecadação em apenas três dias, revertendo a medida.

O governo da Argentina voltou a cobrar as alíquotas de direitos de exportação sobre grãos, após atingir a meta de arrecadação de US$ 7 bilhões estabelecida pelo decreto 682/2025. Segundo a Agência de Arrecadação e Controle Aduaneiro (ARCA), em apenas três dias, o limite foi alcançado, e as empresas exportadoras deverão retomar o pagamento dos tributos anteriores, como soja a 26%, trigo a 12% e milho a 9,5%.

Retorno às tarifas e impacto no mercado de grãos

A suspensão de tributos às exportações de grãos, que inicialmente deveria vigorar até 31 de outubro, tinha como objetivo fortalecer as reservas do Banco Central e incentivar o ingresso de dólares no país. Com a meta atingida, a medida foi encerrada nesta quinta-feira (25), e as DJVEs (Declarações Juradas de Venda ao Exterior) retornaram ao esquema anterior, conforme informou a ARCA. “A ARCA informa que foi alcançado o limite de US$ 7 bilhões previsto pelo decreto 682/2025, motivo pelo qual foi desativada a opção de registro das DJVEs sob o benefício do referido decreto”, explicou a agência.

O efeito imediato no mercado de grãos foi uma intensa volatilidade, especialmente na cotação da soja, que caiu US$ 18,1 por tonelada em apenas um pregão, passando de US$ 360,5 para US$ 342,4. Analistas destacam que o mercado ficou praticamente paralisado após comentários do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, sugerindo o fim do feriado tributário para produtores de commodities que liquidam divisas.

Reações e incertezas no cenário externo

Questionado pelo jornal La Nación, o analista de mercado Lorena D’Angelo revelou que a maior preocupação reside na falta de clareza sobre o que realmente os Estados Unidos pretendem com o fim temporário das restrições. “Não está claro se o que o governo americano pede é a eliminação definitiva dos direitos de exportação ou apenas uma suspensão temporária após outubro. Essa incerteza prejudica os produtores argentinos e abre espaço para a China aproveitar a oportunidade para comprar soja argentina a preços mais baixos”, afirmou.

O mercado reagiu com aumento de insegurança e retração nas negociações, uma vez que os exportadores interpretaram a fala de Bessent como uma possível eliminação definitiva do tributo, levando muitos a interromperem validações de preços e deixando o mercado praticamente bloqueado. Segundo a analista, essa instabilidade reflete um cenário ofertado mais do que demandado, com volumes altos inicialmente, mas agora travados pelo ambiente externo incerto.

Perspectivas futuras e apoio internacional

Além do quadro interno, o governo argentino continua recebendo apoio internacional, com o Banco Mundial e o BID antecipando US$ 8 bilhões em ajuda financeira ao país, em meio à crise cambial. Essa movimentação busca estabilizar a economia e fortalecer as reservas cambiais, que vêm sendo pressionadas por volatilidade e incertezas no mercado de dólares.

Por sua vez, o governo de Milei oficializou, nesta quinta-feira, a redução a 0% dos tributos sobre exportações de carnes bovina, de aves, equina, animais vivos e seus subprodutos, prorrogando o esquema de isenção até o final de outubro, conforme o Decreto 685/2025 publicado no Diário Oficial. A medida visa impulsionar o setor agroindustrial e ampliar a disponibilidade de produtos no mercado internacional.

Cenário de incerteza e próximos passos

A fala de Scott Bessent gerou confusão no mercado, levando à paralisação parcial das operações de exportação. Analisou-se que, até o momento, já foram acumuladas DJVEs no valor de US$ 4,1 bilhões, representando 60% da meta estipulada. Os investidores permanecem atentos às próximas movimentações do governo e às possíveis mudanças na política de exportação, que podem decidir o ritmo de recuperação econômica do país.

Para entender melhor os desdobramentos e impactos da situação argentina, confira a reportagem completa no GLOBO.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes