Brasil, 25 de setembro de 2025
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Banco Central mantém juros em 15%, país se consolida em segundo lugar no ranking de juros reais

Apesar da manutenção da Selic, ministro da Fazenda elogia postura do BC e comenta sobre a conjuntura econômica do Brasil

O Banco Central decidiu nesta quarta-feira (23) manter a taxa Selic em 15%, atingindo o maior nível desde julho de 2006. A decisão foi tomada após reunião do Copom, que indicou a intenção de manter a política monetária por um período prolongado para atingir a meta de inflação de 3,0%. Especialistas ressaltam que o Brasil supera países do Brics e da América Latina em juros reais e se consolida na segunda posição global nesse ranking.

Contexto da manutenção da taxa Selic e a análise de Galípolo

O diretor do Departamento de Relações Internacionais do Banco Central, Galípolo, destacou que a autoridade monetária praticamente “gabaritou” as condições para manter os juros nesse patamar e afirmou que o BC tem uma análise cuidadosa sobre o funcionamento da economia. “O papel do BC é mais delicado, às vezes precisa desagradar, mas a manutenção dos 15% é fruto de uma análise rigorosa das condições econômicas”, explicou Galípolo.

Segundo ele, mesmo com a Selic em 15%, o país mostra sinais de aquecimento econômico, como a menor taxa de desemprego da história, com renda na máxima histórica, além de recordes em importações e viagens internacionais, que funcionam como termômetros de uma atividade econômica aquecida.

Razões por trás da decisão do BC

O Banco Central reforçou que a prioridade é controlar a inflação para proteger a renda do trabalhador. “A coisa vai se suavizando na atividade econômica para proteger a renda do trabalhador. Uma inflação elevada é o pior cenário para o emprego”, afirmou Galípolo. Ainda disse que a inflação, medida pelo IPCA-15, voltou a subir em setembro, com aumento na conta de luz, o que reforça a necessidade de compromisso com a meta inflacionária.

A autoridade monetária também explicou que a sua atuação busca equilibrar os riscos de uma alta persistente da inflação mesmo com sinais de resfriamento na economia. “Estamos cuidando para que a inflação esteja na meta e, assim, preservar o poder de compra dos brasileiros”, declarou.

Reações de membros da Fazenda e perspectivas futuras

Além de Galípolo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro, Ceron, manifestaram preocupação com os efeitos de uma possível “dose do remédio” — ou seja, o impacto dos juros elevados sobre o crescimento econômico e a arrecadação de impostos. Claudio Galípolo ressaltou que a postura do ministro da Fazenda e do secretário do Tesouro é de reconhecimento à responsabilidade do BC e que o diálogo entre as instituições é fundamental.

Apesar das críticas, Galípolo destacou o papel do BC de forma responsável e afirmou que, por mais difícil que seja, às vezes é necessário tomar medidas que possam gerar desconforto momentâneo para garantir a estabilidade futura. A expectativa do mercado é de que os juros sejam mantidos nesse nível pelo menos até o fim de 2025, com projeções para uma inflação ancorada dentro da meta estabelecida.

Impulso à economia e cenários futuros

Recentes dados indicam que a economia brasileira continua robusta, com a menor taxa de desemprego e recordes em importações e viagens internacionais. Contudo, o Banco Central mantém a cautela, acreditando que a suavização da atividade econômica é essencial para consolidar a estabilização inflacionária.

Para os especialistas, o Brasil ocupa atualmente a segunda posição no ranking mundial de juros reais, atrás apenas de países como a Turquia. Essa condição reflete o esforço do BC em conter a inflação, mesmo diante de uma atividade econômica aquecida e de uma arrecadação tributária elevada.

O cenário indica uma continuidade na política de juros elevados, com atenção aos efeitos na retomada do crescimento sustentável e na preservação do poder de compra dos brasileiros nos próximos meses.

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