Na última quinta-feira (25), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, reiterou seu apoio ao fim da polêmica escala 6 por 1, durante uma entrevista no programa Bom Dia, Ministro, transmitido pelo Canal Gov. O ministro destacou a importância da mobilização popular, citando exemplos de ações efetivas, como a pressão que resultou no arquivamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, uma questão que uniu diversas vozes na luta por direitos mais justos.
Uma jornada desigual
Marinho descreveu a escala 6 por 1 como “a mais cruel das escalas”, onde os trabalhadores têm direito a apenas um dia de descanso por semana. Segundo ele, essa jornada impacta negativamente, especialmente as mulheres, e precisa ser urgentemente revisada. O ministro lembrou que países como França, Alemanha, Dinamarca, Bélgica, Holanda e Islândia já estão implementando jornadas de trabalho menores do que a brasileira, atualmente fixada em 44 horas semanais.
“A escala 6 por 1 é, de fato, a mais cruel que existe, especialmente para as mulheres. Então, o momento é de renovar”, afirmou Marinho, enfatizando a necessidade de reformas na legislação trabalhista. Ele também incentivou a população a acompanhar o posicionamento dos parlamentares sobre esse tema, para que possam decidir nas próximas eleições quem merece continuar no Congresso Nacional.
“O governo brasileiro torce para um final feliz em relação à redução da jornada máxima do Brasil. Essa jornada é especialmente cruel para as mulheres e para a nossa juventude, que vem rechaçando esse sistema de jornada, cobrando do empresariado e das autoridades brasileiras uma adequação”, ressaltou o ministro.
A proposta de alteração da escala 6 por 1 já tramita no Congresso, mas Marinho admitiu que o legislativo muitas vezes prioriza questões que não estão necessariamente alinhadas com os interesses dos trabalhadores.
Mobilização e mudanças
Além de discutir a jornada de trabalho, Luiz Marinho também fez um chamado à ação, enfatizando que é crucial que a pressão popular sobre parlamentares continue firme. Ele se mostrou esperançoso com a mobilização que já demonstrou sua eficácia em episódios recentes, como o caso da PEC da Blindagem.
“É importante manter a mobilização porque, se deixar o parlamento brasileiro livre, leve e solto, só vem prejuízo para a classe trabalhadora. O Congresso Nacional só vai dar jeito com muita pressão, como foi o caso em que a PEC da Blindagem foi enterrada”, alertou.
O ministro reiterou que, se o atual cenário do Congresso não for alterado, as demandas por uma jornada de trabalho mais justa e humana podem não ser atendidas. Contudo, ele destacou que o governo estará ao lado dos trabalhadores na luta contra a jornada 6 por 1, oferecendo apoio e incentivando a mobilização contínua.
Luiz Marinho concluiu reafirmando seu compromisso com a causa dos trabalhadores, pedindo que a população mantenha seu engajamento e vigilância sobre a atuação do Congresso Nacional. Em um momento onde mudanças significativas nas leis trabalhistas são discutidas, a união popular é vista como um fator chave para a conquista de direitos e a promoção de uma legislação que não só proteja, mas também dignifique a classe trabalhadora brasileira.
Em um cenário de incertezas e desafios, a continuidade das manifestações e a pressão sobre as autoridades serão essenciais para que os avanços desejados se tornem realidade. A luta pela redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6 por 1 continuam a ser temas prioritários nas pautas sociais do país.
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Acompanhe as próximas discussões e mobilizações acerca deste importante tema, que afeta a vida de milhões de trabalhadores em todo o Brasil.