Brasil, 25 de setembro de 2025
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A queda de avião em Aquidauana deixa quatro mortos

Acidente aéreo em MS envolveu voo irregular e levantou investigações sobre segurança da aviação.

Na noite da última terça-feira (23), um trágico acidente aéreo ocorreu na Fazenda Barra Mansa, localizada em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul. A aeronave, um modelo Cessna, caiu em circunstâncias que chamam a atenção das autoridades, uma vez que realizava um voo irregular e sem permissão para transporte de passageiros. Quatro pessoas perderam a vida, incluindo um renomado arquiteto chinês e um cineasta brasileiro.

Detalhes do acidente aéreo

O avião estava realizando um voo noturno, apesar de sua autorização ser restrita a voos diurnos, conforme informações do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). As regras de navegação visual (VFR Diurno) não permitiam voos em condições de baixa visibilidade, e a aeronave não contava com os equipamentos necessários para operações noturnas.

Testemunhas relataram que a aeronave sobrevoou a região do Pantanal durante todo o dia, com várias decolagens e pousos. Contudo, segundo as autoridades, a pista da Fazenda Barra Mansa não poderia ser utilizada após as 17h39, e a queda ocorreu após esse horário, em torno das 18h.

As vítimas da tragédia

  • Marcelo Pereira de Barros, piloto e proprietário da aeronave;
  • Kongjian Yu, arquiteto paisagista de renome internacional;
  • Luiz Ferraz, cineasta e documentarista;
  • Rubens Crispim Jr., outro documentarista.

Todos os ocupantes do avião faleceram carbonizados após a explosão que se seguiu à queda. Funcionários da fazenda, que presenciaram a tragédia, tentaram combater as chamas utilizando um trator e um caminhão-pipa.

Investigação em andamento

A Polícia Civil iniciou uma investigação para determinar se o voo poderia ser parte de um serviço clandestino de táxi-aéreo. Marcelo Pereira de Barros, o piloto, já havia sido alvo da Operação Ícaro em 2019, quando foi investigado por transporte irregular de passageiros. Na ocasião, o avião foi apreendido por problemas na documentação e adulteração na identificação.

Após três anos retido, o Cessna foi liberado pela Justiça, mas apenas para o uso particular, sem autorização para operações comerciais. O Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV) foi acionado para apurar as causas do acidente, sem avaliar culpabilidades. A investigação contemplará o desempenho da aeronave, os horários do voo e qualquer falha operacional que possa ter contribuído para a tragédia.

Relatos das testemunhas

Duas testemunhas que estavam nas proximidades relataram à polícia que o avião tentou pousar e, em seguida, arremeteu antes de desaparecer da vista. Logo depois, a fumaça se tornou visível, indicando a gravidade do acidente. O avião caiu a cerca de 100 metros da pista de pouso e explodiu ao atingir o solo.

Funcionários da fazenda afirmaram que o piloto arremeteu devido à presença de uma manada de queixadas (porcos-do-mato) na pista. No entanto, essa versão foi refutada pela delegada Ana Cláudia Medina, que declarou que a pista havia sido vistoriada e os animais já tinham deixado o local. A hipótese levantada pela delegada é que o piloto tenha percebido alguma condição irregular durante a aproximação para o pouso.

Com o avanço das investigações, a trágica queda do avião coloca em evidência a importância da regulamentação na aviação e a necessidade de rigor na fiscalização de serviços de táxi-aéreo, muitas vezes explorados de forma clandestina e colocando em risco vidas humanas.

O luto permanece em Aquidauana e entre os profissionais que conheceram e admiraram as vítimas, deixando um marco doloroso na história da região e entre os que se dedicam à aviação.

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