Brasil, 25 de setembro de 2025
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Trump sinaliza reunião com Lula na ONU e aumenta expectativa de negociações bilaterais

Esperança de diálogo entre Brasil e EUA cresce após sinal de Trump, com possibilidades de acordo em minerais, patentes e etanol

Após meses de tensão, o presidente americano Donald Trump enviou sinais positivos ao indicar que pode participar de uma reunião com o presidente Lula na ONU, podendo abrir espaço para negociações bilaterais nos próximos dias. Até quarta-feira, o clima entre os dois países ainda era pessimista, especialmente após a condenação de Jair Bolsonaro no STF, lembra a economista Sandra Rios, do Cindes.

Reversão de expectativa e possíveis áreas de acordo

O aceno de Trump renovou a esperança de avanços em áreas como minerais críticos, big techs, patentes e etanol, temas antigos na pauta de ambos os países. Segundo Sandra Rios, a pauta bilateral sobre patentes, por exemplo, está emperrada há anos por causa da lentidão do sistema brasileiro. A expectativa agora é que a aproximação seja marcada por acordos provisórios, dado que o Brasil não está entre as prioridades dos EUA, que negociam primeiro com China, União Europeia, Reino Unido, Canadá, México, Japão, Coreia do Sul e Índia.

Negociações e sinais de interesse americano

O ex-secretário de Comércio Exterior, Weber Barral, avalia que a indicação de Trump aumenta as chances de avanço nas negociações, ainda que pontuais. “Os EUA já demonstraram interesse em minerais críticos, legislação do mercado digital e etanol, que é uma antiga demanda brasileira”, explica. Entretanto, Barral alerta que o acordo pode ser apenas temporário, com as negociações continuando como com outros parceiros comerciais.

Repercussões e desafios atuais

O governo brasileiro mantém cautela, especialmente diante da situação jurídica relacionada às tarifas americanas, como a sobretaxa de 50% sobre produtos agrícolas. Especialistas como Bruna Santos, do think tank Inter-American Dialogue, comparam a situação a uma dança imprevisível: há potencial para aproximação, mas o risco de mudanças abruptas permanece. Ela destaca também os próximos passos, como negociações sobre minerais, que podem ser uma oportunidade econômica, embora dependam do alinhamento estratégico dos EUA em relação à China.

Questões jurídicas e cenário de negociações

Outro ponto importante envolve a legislação tarifária americana. A advogada Ana Caetano, especialista em comércio exterior, explica que a Suprema Corte dos EUA analisa a legalidade da tarifa de 70% sob o argumento de segurança nacional, uma decisão que pode impactar mesmas tarifas impostas ao Brasil. Enquanto isso, o governo americano mantém canais de negociação através do Escritório do Representante de Comércio (USTR), buscando caminhos para futuras negociações.

Perspectivas futuras

Apesar do tom mais conciliador, os especialistas alertam que o cenário ainda é de incerteza. A aproximação, se ocorrer, deverá ser cautelosa, com negociações pontuais e foco em interesses específicos, como minerais, etanol e setores de serviços mais abertos, como advocacia e saúde. Assim, o encontro presencial entre Lula e Trump, considerado estratégico, pode marcar uma nova fase nas relações bilaterais, dependendo da dinâmica das próximas semanas.

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