O ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), oficializará sua saída do governo de Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, após o retorno do presidente dos Estados Unidos. A demissão foi acordada na última sexta-feira em uma reunião no Palácio da Alvorada.
A saída de Sabino e suas implicações
No encontro, Sabino solicitou um tempo adicional no ministério para concluir compromissos pendentes. Sua demissão segue um ultimato do União Brasil, que recentemente decidiu antecipar sua saída da Esplanada, exigindo a entrega de cargos de todos os seus filiados em um único dia. Antes, o partido havia estabelecido que os cargos seriam entregues até o final do mês.
Uma normativa do partido, publicada na quinta-feira, informa que haverá sanções para aqueles que não pedirem exoneração de suas funções, incluindo a abertura de processos disciplinares. Essa medida reforça a pressão sobre os membros do União Brasil para que se distanciem de uma administração que, para muitos, não atende mais aos interesses do partido.
O futuro do ministério do Turismo
Quanto à sucessão de Sabino, o nome que poderá assumir a pasta ainda não foi definido. Caso o presidente opte por manter a continuidade na gestão, a secretária-executiva da pasta, Ana Carla Machado Lopes, é apontada como uma forte candidata. Essa escolha poderia garantir uma transição mais suave e a continuidade das políticas já implementadas.
Entretanto, a movimentação no governo não para por aí. O PDT também já expressou interesse em assumir mais um ministério, além do cargo que atualmente ocupa na Previdência, com Wolney Queiroz. Nomeações de figuras influentes, como Marcelo Freixo, presidente da Embratur, também estão sendo discutidas, embora sua possível candidatura a deputado em 2024 possa complicar sua permanência no cargo.
Uma história de instabilidade ministerial
A saída de Celso Sabino marca a décima terceira troca no primeiro escalão do governo Lula. Desde o início de seu terceiro mandato em janeiro de 2023, a média de troca de ministros é de uma a cada 76 dias, ou seja, aproximadamente a cada dois meses e meio.
No decorrer de sua gestão, Lula já enfrentou diversas situações que culminaram na troca de ministros, como suspeitas de corrupção, desgastes políticos e até acusações de assédio. Além disso, as manobras políticas para acomodar aliados do Centrão frequentemente resultam em mudanças nas pastas ministeriais.
Veja as mudanças anteriores
- Gonçalves Dias (sem partido): Deixou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em abril de 2023 após caso polêmico.
- Daniela Carneiro (União Brasil): Substituída em julho de 2023 por Celso Sabino.
- Ana Moser (sem partido): Saiu do Ministério do Esporte em setembro de 2023.
- Márcio França (PSB): Substituído na pasta de Portos e Aeroportos em meio a novas tratativas políticas.
- Flávio Dino (PSB): Deixou a Esplanada para assumir cargo no STF.
- Silvio Almeida (sem partido): Acusado de assédio e substituído por Macaé Evaristo em setembro do ano passado.
- Paulo Pimenta (PT): Troca na Secretaria de Comunicação Social ao longo do ano.
- Nísia Trindade (sem partido): Demitida após pressões em fevereiro.
- Alexandre Padilha (PT): Assumiu a Saúde após Nísia.
- Juscelino Filho (União Brasil): Saiu após denúncias de desvio de emendas parlamentares.
- Carlos Lupi (PDT): Pedido de demissão após descobertas de desvios em aposentadorias.
- Cida Gonçalves (PT): Substituída após descontentamento com sua gestão.
Essa sequência de mudanças não apenas reflete um governo sob constante pressão, mas também aponta para os desafios enfrentados por Lula em manter a coesão e a estabilidade em um cenário político complexo e volátil. Aguardamos as próximas movimentações que podem surgir a partir da saída de Sabino.
