Brasil, 25 de setembro de 2025
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TCU reforça irregularidade ao mirar piso inferior da meta fiscal

Relatório do TCU alerta que o governo precisa contingenciar R$ 30 bilhões para cumprir a meta de déficit zero em 2025

O Tribunal de Contas da União (TCU) comunicou ao governo que focar no piso inferior da meta de resultado primário é irregular e viola a legislação fiscal vigente. Para equilibrar as contas públicas e alcançar o déficit zero em 2025, seria necessário contingenciar cerca de R$ 30 bilhões, informa relatório do Tesouro divulgado nesta quarta-feira. Apesar do déficit atual estimado em R$ 30,2 bilhões, pouco abaixo do limite de R$ 31 bilhões, especialistas avaliam a interpretação do tribunal como correta.

Justificativa do TCU e o princípio da prudência

Bráulio Borges, economista da LCA 4intelligence e pesquisador do FGV Ibre, concorda com o entendimento do TCU. “Um dos princípios que devem guiar a política fiscal é a prudência. Quando o intervalo de tolerância foi definido, a ideia era acomodar imprevistos, como menor crescimento do PIB ou queda na arrecadação,” explica Borges. Segundo ele, o governo estaria atualmente desvirtuando essa margem ao mirar continuamente no limite inferior da meta, o que prejudica a credibilidade das contas públicas e transmite uma sinalização negativa às expectativas de mercado.

Desafios para mudanças na condução fiscal

De acordo com o economista, corrigir a orientação para o restante do ano é difícil, pois faltam quase três meses para o encerramento do exercício fiscal. Uma alternativa viável seria modular a implementação dessa recomendação, estendendo o prazo para o próximo ano. “O TCU poderia estabelecer que essa regra valerá a partir do próximo ano, dando tempo ao governo para aprovar o Orçamento, que ainda está em discussão no Congresso,” afirma Borges. Para o ano que vem, o especialista acredita que seria possível fazer ajustes proporcionais, uma vez que o ciclo do orçamento ainda não foi fechado, permitindo uma gestão mais alinhada à meta.

Resistência em ano eleitoral e possíveis efeitos

Entretanto, Borges ressalta que este é um ano eleitoral, o que torna a implementação dessa recomendação mais complexa. “O governo certamente resistirá a adotar essa medida para o Orçamento de 2026, pois o momento político é desfavorável,” analisa. Além disso, ele alerta que a não observância do centro da meta fiscal pode gerar expectativas inflacionadas de déficit, afetando negativamente o custo de rolagem da dívida, a taxa de câmbio e os juros de longo prazo.

Implicações e próximos passos

Analistas destacam que, apesar do risco de resistência, a decisão do TCU reforça a necessidade de uma condução mais prudente da política fiscal. Ressaltam ainda que, em casos anteriores, recomendações do tribunal, como a regulamentação do Fundo Social com recursos do pré-sal, se transformaram em obrigações formais. Assim, o cumprimento dessa orientação pode impactar a percepção de credibilidade das contas públicas e influenciar o cenário econômico a médio prazo.

Para mais detalhes, consulte a matéria completa.

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