O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (24) que mais de 60 países em desenvolvimento solicitaram auxílio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para implementar um programa semelhante ao Gás do Povo. A iniciativa do governo brasileiro, lançada este mês, prevê o fornecimento gratuito de gás de cozinha para 17 milhões de famílias vulneráveis até 2026.
Programa Gás do Povo como exemplo internacional
Durante a abertura da Liquid Gas Week 2025, no Rio de Janeiro, Silveira destacou que a estratégia brasileira serve de modelo para países em desenvolvimento, especialmente na África. Segundo ele, o projeto promove inclusão social e energética, além de contribuir para o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 7 da ONU, que busca garantir energia acessível e limpa para todos.
“Oferecemos a expertise da nossa Empresa de Pesquisa Energética para ajudar outros países a desenvolverem programas similares. Nosso objetivo é cumprir o compromisso do presidente Lula de dialogar e colaborar internacionalmente para solucionar desafios transversais”, declarou o ministro.
Impactos sociais e ambientais do Gás do Povo
O programa prevê reduzir em até 50% o uso de lenha e carvão nas residências, o que deve impactar positivamente na saúde de mulheres e crianças. Além dos benefícios à saúde pública, a iniciativa contribuirá para a redução das emissões de dióxido de carbono e de particulados, promovendo uma matriz energética mais limpa.
“O Gás do Povo é uma prioridade nacional, e estou confiante de que avançamos rumo à estabilidade regulatória e à execução segura do projeto. Nosso esforço é preservar a saúde de famílias, especialmente no Nordeste, no Norte de Minas Gerais, na região do Jequitinhonha, no Mucuri, além de outras regiões do Brasil”, afirmou Silveira.
Realidade do setor de gás no Brasil
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o gás liquefeito de petróleo (GLP) está presente em todos os municípios brasileiros e em 91% dos lares, movimentando cerca de 35 milhões de botijões mensalmente. O setor conta com mais de 59 mil revendas autorizadas e gera aproximadamente 330 mil empregos diretos e indiretos.
“O Brasil ocupa a 7ª posição no ranking mundial de consumo residencial de GLP, o que reforça a importância do setor para o nosso desenvolvimento econômico e social”, destacou o ministro.
Licenciamento ambiental na Foz do Amazonas
Em entrevista, Silveira também comentou sobre o andamento das licenças ambientais para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, na denominada Margem Equatorial. Ele estimou que as perfurações devem começar no primeiro semestre de 2026.
“Houve avanços no licenciamento, as sondas estão sendo preparadas, e acredito que teremos boas notícias na próxima metade do próximo ano com relação à descoberta de petróleo na região”, afirmou o ministro.
De acordo com Silveira, o órgão ambiental, o Ibama, segue o processo de forma técnica e criteriosa, e acredita que a exploração na região trará importantes resultados para o país.
Para mais detalhes, acesse a fonte original na Agência Brasil.