Os Estados Unidos estão em negociações avançadas para estabelecer uma linha de swap de US$ 20 bilhões com a Argentina, conforme anunciou o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, nesta quarta-feira. A iniciativa faz parte de uma estratégia de apoio ao governo argentino, liderado por Javier Milei, após uma reunião com dirigentes dos EUA na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Detalhes da linha de swap e intenção de compra de títulos
Bessent afirmou que o Tesouro americano está pronto para adquirir títulos em dólares emitidos pela Argentina, conforme as condições do mercado, além de manter a possibilidade de fornecer crédito standby através do Fundo de Estabilização Cambial. “Estamos trabalhando em estreita coordenação com o governo argentino para evitar volatilidade excessiva”, declarou o secretário pelo X, rede social anteriormente conhecida como Twitter.
Implicações para a economia argentina
Segundo Bessent, a linha de swap anunciada pela administração Trump ultrapassa o valor de US$ 18 bilhões, vinculado ao banco central da China, representando um sinal de confiança aos mercados. A expectativa é que o apoio dos EUA contribua para reduzir o risco-país e facilitar a emissão de dívida no início de 2026, após semanas de altas tensões cambiais no país sul-americano.
Contexto e reações internacionais
O apoio dos Estados Unidos simboliza uma demonstração de confiança na gestão do presidente Milei, que, sob o respaldo de Trump, promoveu avanços fiscais e medidas de liberalização econômica. Apesar de encontros pessoais e declarações positivas, o anúncio de uma ajuda financeira concreta ainda não se concretizou, marcando um movimento estratégico na relação bilateral.
Entretanto, a possibilidade de auxílio gerou questionamentos, como o da senadora Elizabeth Warren, que questiona a adequação de um socorro dos EUA à Argentina, em um momento de incerteza econômica e histórica má gestão econômica do país.
Reação dos mercados e perspectivas futuras
Após o anúncio, os títulos argentinos em dólares reagiram positivamente, com aumento de cerca de 3,3 centavos por dólar nas notas com vencimento em 2035, atingindo seu maior valor desde 5 de setembro. Analistas do mercado financeiro consideram a medida um passo importante para estabilizar a liquidez e reduzir o risco-país, além de abrir caminho para novas emissões de dívida.
O gesto dos EUA também ocorre em meio ao esforço do governo argentino para estabilizar sua economia, que vem apresentando queda no desemprego e avanço na inflação, fatores considerados essenciais para o respaldo eleitoral de Milei nas próximas eleições de meio de mandato, marcadas para 26 de outubro.
Apesar do otimismo, a relação entre os dois países ainda enfrenta desafios, incluindo a resistência de setores políticos argentinos às reformas econômicas e as tensões globais na política latino-americana, intensificadas pelas ações de Trump em seu segundo mandato, que incluem apoio a aliados regionais e intervenções estratégicas.
Mais informações sobre as negociações e o impacto na economia argentina podem ser acompanhadas no site do Globo.