Brasil, 24 de setembro de 2025
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Senado rejeita PEC da Blindagem por unanimidade

A proposta que gerava polêmica foi rejeitada por unanimidade na CCJ, refletindo a pressão das ruas e o sentimento contra a anistia de condenados.

O Senado decidiu nesta quarta-feira (24) por unanimidade pela rejeição da PEC da Blindagem. A decisão foi registrada durante uma votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), liderada pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), que afirmou que, apesar da votação unânime, a proposta ainda seria apresentada ao plenário para que todos os senadores pudessem se opor ao texto em um gesto de concordância com a voz da população.

A pressão popular e a moralização política

O cenário mudou rapidamente após a votação na Câmara, onde a PEC foi aprovada com 353 votos a favor e 134 contra. A aprovação na Câmara não passou despercebida e gerou uma onda de descontentamento, levando alguns deputados a pedir desculpas publicamente por seus votos. O recuo dos senadores se deu também em função das manifestações que aconteceram em todo o Brasil e que, segundo o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), foram determinantes para a definição de um posicionamento contrário à PEC no Senado.

Alessandro Vieira, relator da proposta, foi enfático em seu parecer: “É uma PEC desenhada para proteger bandido. O interesse público exige rejeição.” Em sua fala, Vieira ressaltou o impacto negativo que a aprovação de uma medida deste tipo teria sobre a investigação de crimes envolvendo parlamentares, tendo em vista experiências prévias em que regras semelhantes resultaram em milhares de pedidos de investigação arquivados sem resolução.

Apoio e críticas à PEC da Blindagem

Dentre os senadores, houve tentativas diversas de modificar a proposta, como a emenda apresentada por Sergio Moro (União-PR), que buscava restringir a blindagem a crimes contra a honra. No entanto, este movimento prona derrota e perda de espaço conforme a resistência contra a proposta crescia. Moro, mesmo após apoiar a emenda, acabou votando contra a PEC, reiterando o descontentamento da população e a necessidade de garantir o respeito à imunidade parlamentar.

Elias Girão (Novo-CE) e outros senadores também se mostraram favoráveis ao arquivamento da proposta, apontando que “há um clamor grande para que essa PEC seja enterrada”. Sobretudo, a reação contrária na CCJ foi um reflexo direto das ruas, onde a mobilização popular demonstrou a força da sociedade civil na política brasileira.

As diretrizes da PEC e suas implicações

A proposta que passou pela Câmara previa, entre outros pontos, a colocação de barreiras significativas para o processo de investigação de parlamentares. Uma exigência para autorização prévia em processos criminais, permitindo que deputados e senadores somente fossem processados com aval das respectivas Casas legislativas. Além disso, a PEC também ampliava o foro privilegiado e restringia medidas cautelares como buscas e bloqueios — criando um clima de impunidade que muitos senadores entenderam como um retrocesso.

Um novo cenário político e suas consequências

O senador Jorge Seif (PL-SC), que havia apresentado um voto separado a favor da PEC, decidiu retirá-lo antes da votação, mas fez um apelo para que outra proposta que garante a imunidade de parlamentares fosse apreciada em meio ao clamor popular. A rápida mudança de cenário indica a influencia e a voz da população sobre os rumos da política e a necessidade dos parlamentares alinharem-se às demandas de seus eleitores.

Assim, a rejeição da PEC da Blindagem, impulsionada pela pressão nas ruas, representa um importante capítulo na história recente do Brasil onde a mobilização civil se provou crucial na defesa da ética e da justiça no âmbito político. Sem dúvida, um marco que reforça a ideia de que a voz da população não deve ser ignorada e que os desdobramentos dessa mobilização seguirão em pauta nos próximos dias.

Portanto, a saga do Congresso Nacional em lidar com propostas controversas e as reações populares evidenciam a importância de um sistema político que respeite as demandas da sociedade e a necessidade de uma reflexão a respeito da governança e da ética. O futuro da política brasileira depende, cada vez mais, da participação e vigilância do cidadão.

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