Antes de retornar de Castel Gandolfo ao Vaticano na terça-feira, o papa afirmou que a Santa Sé mantém seu compromisso com uma solução de dois Estados para o conflito no Oriente Médio. Ele lembrou que, em 2015, o Vaticano reconheceu formalmente a Palestina por meio do Acordo de Reconciliação.
Papa reforça apoio à solução de dois Estados na Terra Santa
Durante a entrevista coletiva, Leo XIV destacou que a Santa Sé há anos apoia a coexistência pacífica entre israelenses e palestinos. “O Vaticano reconheceu a solução de dois Estados há algum tempo, pois acreditamos que é o caminho que respeita todas as partes envolvidas”, afirmou.
Quando questionado sobre o reconhecimento internacional de Palestina, ele disse que isso poderia ajudar, mas que, atualmente, “não há disposição real para diálogo”; o contato entre as partes está interrompido, explicou.
O pontífice confirmou ter conversado por telefone na mesma manhã com a paróquia católica de Gaza. “Graças a Deus, a paróquia está bem, embora as incursões se aproximem cada vez mais. Conversei com eles nesta tarde”, informou.
Alerta sobre a escalada nas tensões na Ucrânia
O papa também expressou preocupação com o conflito em território ucraniano. “Alguém procura uma escalada, e a situação se torna mais perigosa a cada dia. Insisto na necessidade de desarmar, interromper os avanços militares e retomar o diálogo”, afirmou.
Ele ressaltou a importância da união europeia: “Se a Europa fosse realmente unida, poderia fazer muito na busca por paz.”
Questionado sobre uma possível rearmament na Europa, Leo XIV preferiu não entrar em detalhes: “São questões políticas, também influenciadas por pressões externas. Prefiro não comentar.”
O papa explicou que o Vaticano mantém diálogo constante com embaixadores e busca medições com Chefes de Estado, sempre visando uma solução para os conflitos.
Mês de oração pelo fim da guerra
No seu áudio semanal de audiências gerais, na quarta-feira, Leo XIV convocou todos os católicos a dedicarem o mês de outubro à oração do rosário pela paz mundial. “Convido cada pessoa, família e comunidade a rezar o rosário diariamente pelo fim dos conflitos”, declarou.
Ele também pediu que os funcionários do Vaticano participassem de uma oração coletiva às 19h na Basílica de São Pedro e anunciou que no dia 11 de outubro, às 18h, conduzirá uma missa e oração do rosário na Praça de São Pedro, durante a vigília pelo Jubileu da Espiritualidade Marial, marcando o aniversário da abertura do Concílio Vaticano II.
Reflexão catequética sobre a descida de Cristo ao inferno
Durante sua catequese do Jubileu 2025, sob o tema “Jesus Cristo Nossa Esperança”, o papa refletiu sobre o mistério do Sábado Santo e a descida de Jesus ao Hades. “Hoje, contemplamos o mistério de Jesus no Sábado Santo, dia em que tudo parece imóvel, mas na realidade uma ação invisível de salvação acontece: Cristo desce ao reino dos mortos para anunciar a Ressurreição a todos em trevas”, explicou.
Leo XIV destacou que essa descida não é apenas um evento histórico, mas uma presença contínua na vida de cada um. “O inferno não é só o destino dos mortos, mas também o estado de quem vive a morte pelo pecado, pelo sofrimento de solidão, vergonha e abandono. Cristo entra em todas essas realidades sombrias para testemunhar o amor do Pai”, afirmou.
Ao concluir, ressaltou: “Para Deus, descer aos abismos não é uma derrota, mas a realização de seu amor. Não há lugar além de seu alcance, nem coração que resista ao seu amor. Isso nos conforta e dá esperança, porque até nos momentos mais sombrios, Deus pode começar uma nova criação.”
Para mais detalhes, acesse a matéria original na ACI Prensa.