A China manteve sua força exportadora por cinco meses consecutivos, mesmo diante de tarifas elevadas impostas pelos Estados Unidos, resultando em um superávit comercial de US$ 1,2 trilhão em 2025, uma marca histórica. Esse desempenho evidencia a resiliência do setor chinês, que não recuou apesar das restrições de acesso ao mercado americano.
Resiliência dos fabricantes chineses diante das restrições
Apesar das limitações de acesso ao mercado dos EUA, as exportações para a Índia atingiram um recorde em agosto, os embarques para a África caminham para superar as metas anuais e as vendas ao Sudeste Asiático ultrapassaram os picos da pandemia, reforçando o domínio do país no comércio externo.
Reações do mercado internacional
O mercado reagiu com otimismo, com o dólar atingindo seu menor patamar do ano e a bolsa de valores renovando recordes. Entretanto, setores vulneráveis, como o de tecnologia, enfrentam dificuldades, com possíveis cortes de vistos de trabalho nos EUA devido a mudanças na política de imigração, como a nova taxa para H-1B.
Preocupações internacionais e possíveis medidas punitivas
Vários países, como Índia, Indonésia, Chile e Equador, manifestaram preocupação com a ampliação das exportações chinesas e começam a tomar medidas, como tarifas de até 50% sobre produtos chineses, incluindo automóveis, aço e roupas por razões de dumping. Autoridades indianas, por exemplo, já estão investigando 50 casos de dumping de produtos chineses e vietnamitas.
Temor de confrontos comerciais
Apesar da crescente pressão de alguns países para impor tarifas, a maioria mantém uma postura moderada, evitando abrir novas frentes de guerra comercial com a China por receio de prejudicar suas próprias economias. “A resposta moderada se deve às negociações em andamento com os EUA”, avalia Christopher Beddor, da Gavekal Dragonomics, reforçando que muitos países preferem usar tarifas como moeda de troca nas negociações diplomáticas.
Diplomacia, ameaças econômicas e o papel da China
Pequim busca equilíbrio entre o charme diplomático e as ameaças econômicas. Xi Jinping reuniu países do Brics para condenar o protecionismo, enquanto o Ministério do Comércio advertiu o México a pensar duas vezes antes de adotar medidas que prejudiquem suas relações comerciais com a China.
Autoridades chinesas negam a prática de dumping, afirmando que o comércio exterior do país é fundamentado na demanda real. Segundo o vice-ministro das Finanças, Liao Min, “quando há demanda externa, a China exporta”.
Risks and future prospects
Especialistas alertam que, se o ex-presidente Donald Trump conseguir unificar outros países contra a China, Pequim poderá retaliar com tarifas, o que pode afastar seus aliados comerciais justamente quando busca reequilibrar sua economia voltada ao consumo interno. Apesar disso, Xi Jinping tenta mostrar que a China não depende do mercado dos EUA, especialmente antes da cúpula com Trump na Coreia do Sul, onde negociam um possível acordo comercial e uma trégua tarifária de 90 dias, mantendo a paz momentaneamente.
No entanto, a forte expansão das exportações chinesas pode dificultar esses esforços de reequilíbrio econômico, além de pressionar os lucros industriais, que caíram 1,7% nos primeiros sete meses do ano, devido à redução de preços para competir internacionalmente e à deflação doméstica.
Para um especialista da Bloomberg Economics, a tentativa de Trump de formar um bloco contra Pequim poderá levar a uma escalada de tarifas, prejudicando o sistema de comércio global e afetando países que dependem da China para suas exportações.
Mais informações em: Efeito colateral do tarifão de Trump provoca aumento de exportações baratas na China.