Brasil, 24 de setembro de 2025
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Hackers desviam quase R$ 1 bilhão de instituições financeiras no maior ataque ao sistema financeiro

Duas pessoas envolvidas na invasão usaram criptomoedas para lavar recursos ilegais, enquanto o Banco Central afirma que seus sistemas não foram afetados

Na noite de 1º de julho, dois hackers identificados pelos codinomes “Breu” e “Blady” comemoraram após a divulgação de que um ataque hacker à C&M Software, responsável por conectar os sistemas das instituições financeiras ao Banco Central, desviou quase R$ 1 bilhão. As mensagens reveladas pela Polícia Federal mostram planejamento detalhado para lavagem do dinheiro usando criptomoedas como Bitcoin e USDT.

Operação criminosa e atividades dos hackers

Algumas horas antes do ataque, os criminosos discutiram formas de “limpar” os recursos desviados de oito instituições financeiras. Segundo as investigações, Breu sugeriu a compra de bitcoin para “limpar” o dinheiro, enquanto Blady defendia o uso de USDT para facilitar a retirada dos valores, depois convertidos de volta para bitcoin. Essas conversas estão na denúncia do Ministério Público de São Paulo, que aponta Blady como um dos principais envolvidos, acusado de furto qualificado mediante fraude eletrônica e lavagem de dinheiro.

Contatos e estratégias dos suspeitos

De acordo com as investigações, Blady foi acionado em abril por um grupo de hackers para realizar transações ilegais. Nas mensagens, ele revela possuir uma lista de “laranjas” e expressa a intenção de ajudar na movimentação de valores elevados, com contato com “donos de bancos digitais não identificados.” Ainda, mostra estar preparado com contas bancárias ilimitadas e a possibilidade de movimentar milhões de reais sem limites, usando APIs de instituições financeiras, o que indica alta preparação para o crime.

Atuação e participação na invasão

Na semana anterior ao ataque, o hacker Breu afirmava estar com contas de grandes valores e contatos com líderes de bancos digitais. No dia anterior à invasão, usou credenciais de funcionário de uma instituição financeira, vendidas por um insider, para instalar software malicioso nesses sistemas e transferir os recursos para diversas contas gerenciadas pelo corretor de criptoativos envolvido na ação.

Desvios e prisões

Os criminosos conseguiram desviar cerca de R$ 813 milhões, sendo que uma quantidade significativa foi recuperada pela Polícia Federal — aproximadamente R$ 5,5 milhões, através da apreensão de uma chave privada de carteira de criptomoedas. O corretor de criptoativos foi preso juntamente com sua esposa, enquanto outro suspeito, que supostamente participava da lavagem de dinheiro, fugiu para a Alemanha e está na lista de procurados da Interpol.

Reação do Banco Central e segurança dos sistemas

Apesar do expressivo desvio, o Banco Central garantiu que seus sistemas não foram atingidos pelo ataque, que ocorreu em uma empresa terceirizada. A entidade chegou a cancelar temporariamente a conexão com a C&M Software, mas restabeleceu o serviço posteriormente. Segundo nota oficial, os sistemas do BC permaneceram seguros durante toda a operação criminosa.

Impacto e resistência do sistema financeiro

O ataque afetou transações via Pix, causando apreensão no mercado financeiro, mas não comprometeu as operações do Banco Central. Investigadores ressaltam a atuação precisa dos hackers na infiltração por meio de credenciais obtidas ilicitamente e na utilização de criptomoedas para dificultar rastreamento. As investigações continuam para identificar todos os envolvidos e os destinatários dos recursos desviados.

Perspectivas futuras

Autoridades reforçam a necessidade de aprimorar a segurança digital do sistema financeiro e aumentar o rigor na fiscalização de operações com criptoativos. O governo também estuda ações para fortalecer a cooperação internacional na captura de criminosos que atuam de forma transnacional, como é o caso de suspeitos que fugiram para fora do país. A operação revela os desafios de combater crimes cibernéticos sofisticados e o papel das novas tecnologias na lavagem de dinheiro.

Fonte: O Globo

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