Brasil, 24 de setembro de 2025
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BC mantém juros em 15% e avalia sinais de desaceleração

Após manter a Selic em 15%, o Banco Central reforça cautela diante de dados de inflação mais benignos e economia desacelerando

O Banco Central decidiu, na semana passada, manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, o maior nível desde julho de 2006. A decisão acontece após o ciclo de alta iniciado em setembro de 2024, que elevou a Selic em 4,5 pontos percentuais até o momento. A orientação do Comitê de Política Monetária (Copom) é de manter o ciclo por um período prolongado, enquanto monitora a inflação e demais indicadores econômicos.

Decisão reflete cautela diante de sinais de desaceleração

Segundo o documento divulgado pelo BC, os dados de atividade recente reforçam a convicção de que a desaceleração da economia ocorre conforme o cenário esperado. Ainda que a inflação apresente sinais mais benignos, ela permanece incompatível com a meta, e o BC aponta fatores como inflação de serviços, câmbio e incerteza internacional como justificativas para a postura de vigilância.

O que os diretores do BC avaliaram

Apesar de uma moderada redução na inflação e expectativas de preços, o BC reforça a necessidade de cautela, destacando que a inflação ainda está pressionada por demanda e que as expectativas se mostram desancoradas, o que preocupa os membros do Copom. O Banco prevê que o IPCA deve recuar para 3,4% no primeiro trimestre de 2027, consolidando-se na meta tolerada pelo governo.

Perspectivas e opiniões do mercado

Economistas divergem sobre o ritmo de ajuste da política monetária. Luis Otavio Leal, da G5 Partners, afirma que o BC foi enfático ao manter juros altos por “período bastante prolongado” para evitar um ciclo de flexibilização precoce. Ele prevê que o primeiro corte de juros deve ocorrer em janeiro de 2026, mas ressalta que uma decisão mais tardia também é possível, caso as condições não se mostrem favoráveis.

Caio Megale, da XP Investimentos, também vê o cenário de manutenção da taxa vigente como provável até o início do próximo ano, com uma flexibilização mais acentuada apenas em 2026, quando a melhora inflacionária deve se consolidar. O economista explica que a política do Fed, que recentemente iniciou corte de juros mesmo com inflação fora da meta, influencia as decisões do BC brasileiro.

Contexto internacional e impacto nos juros

Enquanto o Federal Reserve cortou juros, o BC mantém uma postura mais restritiva. Cristiano Oliveira, do Banco Pine, estima que a redução da Selic pode começar em dezembro, à medida que a desaceleração da economia se torna mais evidente na inflação. Contudo, ele alerta que a permanência dos juros elevados por muito tempo pode elevar o custo financeiro das empresas, além de gerar preocupações fiscais, dado um cenário de arrecadação em desacordo com a meta fiscal de 2026.

Câmbio e inflação de serviços sustentam o cenário

O Comitê reconhece que a menor cotação do dólar e preços de commodities mais favoráveis auxiliaram na redução da inflação de alimentos e bens industriais. No entanto, a inflação de serviços permanece resistente, impulsionada por um mercado de trabalho aquecido e atividade econômica moderada. Essas análises reforçam a necessidade de uma política monetária contracionista por tempo prolongado, segundo o BC.

O documento também destaca que as ações do governo, como estímulos fiscais ou de crédito, ainda não provocaram divergências relevantes das projeções. Contudo, a incerteza externa permanece elevada, e o BC reforça a importância de manter uma postura cautelosa, dado o impacto das taxas internacionais e as políticas de outros grandes bancos centrais, como o Federal Reserve.

Para mais detalhes, consulte a fonte completa.

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