Brasil, 24 de setembro de 2025
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Nikolas Ferreira assume relatoria de projeto que classifica PCC e CV como terroristas

Nikolas Ferreira (PL-MG) lidera projeto de lei para classificar facções criminosas como terroristas, gerando polêmica nas redes sociais.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi designado como relator do projeto de lei que classifica as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), além de milícias, como grupos terroristas. A notícia gerou repercussão nas redes sociais, onde o parlamentar se destacou pelo tom irônico: “vamos ver quem é a favor da bandidagem”, sinalizando que seu parecer será favorável à proposta.

O projeto e sua origem

A proposta, de autoria do deputado Danilo Forte (União-CE), foi encaminhada em maio às Comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e à de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados. O texto foi apresentado após forte pressão do governo dos Estados Unidos, que solicitou ao Brasil a necessidade de reconhecimento das facções como terroristas.

Entretanto, técnicos do Ministério da Justiça demonstraram resistência à proposta, argumentando que a legislação atual não contempla essa classificação, uma vez que PCC e CV não se envolvem em crimes de ódio ou religiosos, embora se alimentem de atividades criminosas diversas. Essa divergência coloca em evidência a complexidade do debate em torno da segurança pública no Brasil, especialmente considerando as implicações legais e sociais de tal classificação.

Ampliação da Lei Antiterrorismo

A proposta de Danilo Forte busca alterar a Lei Antiterrorismo, com o objetivo de ampliar as motivações para a caracterização do crime de terrorismo. Além disso, pretende especificar infraestruturas críticas e serviços públicos, estender a aplicação da lei a organizações criminosas e milícias que realizam atos de terrorismo, e incluir penalidades adicionais para atos terroristas executados por meio de recursos cibernéticos.

Forte defende que a atuação de grupos como o PCC e o CV representa uma violação da ordem pública e uma séria ameaça à segurança nacional. “Esses grupos têm utilizado o terror como ferramenta para alcançar seus fins, seja retaliando políticas públicas ou demonstrando controle social e poder paralelo ao Estado”, afirmou o deputado, reiterando a necessidade de aplicação mais rigorosa da lei.

Perspectivas e Controvérsias

Apesar de seus argumentos, Forte garantiu que a alteração legislativa não seria utilizada como ferramenta para perseguições políticas ou repressão a movimentos sociais. Essa afirmação, no entanto, não impede que críticos do projeto expressem preocupação com seus possíveis desdobramentos.

Críticas e implicações políticas

A proposta, conhecida por seu potencial impacto na relação entre o Estado e as organizações criminosas, gerou reações internas dentro do próprio Congresso. O apoio de Nikolas Ferreira à PEC da Blindagem, que visa proteger parlamentares de ações legais, também atraiu críticas, particularmente da esquerda que vê nela um movimento de autoritarismo e de proteção a práticas ilícitas. O deputado petista Dimas Gadelha foi um dos que questionou a coerência de Ferreira, insinuando que sua postura indicava uma defesa da “bandidagem”.

Além disso, figuras como a ex-deputada Manuela D’Ávila também expressaram ironia em relação às declarações de Ferreira, sugerindo que o projeto oferece uma “blindagem” para comportamentos corruptos dentro da Câmara. Em resposta, Ferreira assumiu uma posição defensiva em relação ao STF, afirmando que “queremos ser blindados de um STF que age como agente político contra membros dessa casa”.

Acompanhamento das discussões

As discussões em torno do projeto de lei e suas implicações seguem em pauta na Câmara dos Deputados. O projeto precisa passar por aprovação nas comissões designadas antes de ser levado a plenário. À medida que o debate avança, as vozes a favor e contra continuarão a influenciar o resultado desse importante tema que envolve segurança pública e política no Brasil.

Enquanto as câmaras legislativas tratam do assunto, especialistas em segurança pública e direitos humanos aguardam com expectativa o desenrolar dos eventos, cientes de que as decisões tomadas poderão ter um impacto significativo na maneira como o Brasil lida com a criminalidade organizada e os direitos civis ao longo dos próximos anos.

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