Com a crescente preocupação em relação à segurança dos edifícios em áreas propensas a terremotos, o Gas Company Tower, um arranha-céu de 228 metros localizado em Los Angeles, está no centro das atenções. As autoridades locais ainda não divulgaram relatórios sísmicos sobre a capacidade do edifício de resistir ao temido “Big One”, um terremoto que poderia ter impactos devastadores na região. A falta de informações transparentes está gerando inquietação entre trabalhadores e moradores nas proximidades.
Gas Company Tower: Um edifício com história e desafios
Construído em 1991, o Gas Company Tower é o quinto edifício mais alto de Los Angeles e foi projetado com uma estrutura chamada “steel-moment frame”. Este tipo de construção, que utiliza vigas horizontais e colunas verticais, foi escolhido para garantir robustez, mas apresenta preocupações sérias após o terremoto de Northridge em 1994, que causou danos significativos em edifícios similares.
No ano passado, Los Angeles County adquiriu o edifício com a intenção de movimentar centenas de funcionários para esse local. Contudo, a decisão de suspender um retrofit recomendado de 230 milhões de dólares, previsto para atualizar as normas de resistência a terremotos do arranha-céu, deixou autoridades e especialistas preocupados com a segurança estrutural da construção.
Esclarecimentos das autoridades e reações de especialistas
Apesar das afirmações do escritório executivo do condado, que garantiu que o Gas Company Tower atende a todos os códigos sísmicos das cidades e do condado, a inquietação persistiu. Especialistas em engenharia estruturais não estão tão confiantes. David Cocke, um engenheiro estrutural, expressou suas preocupações destacando que, mesmo que o edifício não venha a colapsar, ele pode ser considerado ineficaz em caso de um terremoto severo sem as devidas reformas.
Além disso, a cidade de Torrance, que também faz parte do condado de Los Angeles, manifestou preocupações sobre a capacidade de edifícios como o Gas Company Tower de resistir a um grande terremoto. Muitos desses edifícios, segundo autoridades locais, não foram reformados e podem ser suscetíveis a danos estruturais severos ou até colapso.
Um possível futuro sombrio: O grande temor do “Big One”
As simulações realizadas pelo US Geological Survey (USGS) ilustram a gravidade do cenário. Em uma simulação de 2008 sobre um terremoto de magnitude 7,8 ao longo da falha de San Andreas, foram projetadas cerca de 1.800 mortes e 50.000 feridos, com danos estimados em 200 bilhões de dólares. A previsão indicou que aproximadamente dois milhões de edifícios poderiam ser afetados, com 50.000 sendo completamente destruídos ou considerados inabitáveis.
Com a possibilidade de um evento sísmico devastador abrangendo as áreas urbanas mais densas, as autoridades têm um papel crucial em garantir a segurança de seus cidadãos. Infelizmente, as decisões sobre reformas e atualizações de segurança, como se observou no caso do Gas Company Tower, muitas vezes são remetidas ao fator financeiro, o que pode comprometer a segurança de milhares de pessoas.
Diante de todas essas informações, a questão que fica é: até quando a população de Los Angeles deve esperar por uma solução definitiva que garanta a segurança em caso de uma catástrofe natural iminente? A transparência na divulgação de relatórios sísmicos é um primeiro passo fundamental.
Enquanto o “Big One” pode representar um evento que se aproxima, o foco agora está na proatividade das autoridades e na responsabilidade civil de agir para evitar uma tragédia que pode ser prevista.
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