Brasil, 23 de setembro de 2025
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Exploração indevida de recursos é crítica na Universidade Católica de Moçambique

O Reitor da UCM, Padre Filipe Sungo, destaca os danos da mineração no meio ambiente e pede uma gestão responsável dos recursos.

No último dia 19 de setembro, durante as celebrações dos 30 anos da Universidade Católica de Moçambique (UCM) em Chimoio, o Reitor da instituição, Professor Doutor Padre Filipe Sungo, destacou a problemática da exploração indevida de recursos naturais em Manica. O evento marcou não apenas um aniversário, mas também um apelo à consciência ética frente às questões ambientais que afetam a sociedade moçambicana.

A ferida aberta da poluição

O Padre Filipe Sungo foi enfático ao afirmar que a exploração de ouro na província de Manica tem causado danos significativos à qualidade dos rios, comprometendo o acesso à água potável e afetando a agricultura e a pesca na região. “A exploração indevida de recursos é uma ferida aberta na casa comum”, declarou, enfatizando a necessidade urgente de ação.

Essa problemática não somente ameaça o meio ambiente, mas também a saúde e a segurança alimentar da população local. O governo de Moçambique tomou medidas ao suspender temporariamente as atividades mineradoras em resposta a diversas denúncias sobre a poluição das águas. No entanto, o reitor acredita que essa medida deve ser implementada de forma eficaz e imparcial, indo além de uma simples suspensão.

O papel das universidades na formação ética

Para o Reitor, as universidades têm uma missão crucial: formar profissionais competentes e éticos, prontos para gerenciar os recursos do país com responsabilidade. A UCM, como uma instituição acadêmica, se compromete a ser uma voz proativa em favor da transparência e do bem comum. “É essencial cultivar uma consciência crítica entre os alunos sobre a gestão de recursos naturais e empresariais”, afirmou.

Ele também ressaltou a necessidade de um enfoque ético na exploração dos recursos, pontuando que a educação deve ir além da mera formação técnica, englobando principalmente valores fundamentais que promovam uma gestão sustentável. “Devemos equipar nossos estudantes com as ferramentas necessárias para que possam ser agentes de mudança nas suas comunidades,” disse Filipe Sungo.

A realidade da exploração mineradora em Manica

A situação em Manica é delicada. Conforme relatado, a mineração na região tem gerado não apenas poluição, mas também conflitos sociais devido à disputa por recursos e terras. As comunidades locais enfrentam um dilema: usar a terra para a agricultura, garantindo sua subsistência, ou abraçar as promessas de desenvolvimento trazidas pela mineração.

O impacto ambiental é evidente. Rios poluídos resultam em peixes contaminados e colheitas comprometidas, colocando em risco a segurança alimentar. O reitor chamou a atenção para a importância de estabelecer um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental, defendendo que as atividades mineradoras devem respeitar os direitos da comunidade e do meio ambiente.

O futuro e a busca por soluções

À medida que a UCM celebra suas três décadas de existência, a discussão sobre a exploração responsável de recursos naturais e a formação ética se torna ainda mais relevante. Padre Filipe Sungo clama por um compromisso renovado da academia, das empresas e do governo para assegurar que a exploração de recursos seja feita de maneira que beneficie a todos, evitando prejuízos irreversíveis ao meio ambiente e à sociedade.

Com debates como este, a Universidade Católica de Moçambique almeja se firmar como uma referência não apenas em educação, mas como um agente ativo na construção de um futuro sustentável. A exploração indevida de recursos deve ser abordada com seriedade, e é responsabilidade de todos – governo, instituições acadêmicas, empresas e sociedade – trabalhar juntos para garantir um caminho seguro e ético para o desenvolvimento do país.

Ouvindo as palavras do Reitor, é um lembrete claro de que o verdadeiro desenvolvimento deve ser aquele que respeita os limites da natureza e promove o bem-estar da sociedade como um todo.

Clique aqui para ouvir a reportagem completa.

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