Brasil, 23 de setembro de 2025
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OCDE aponta que efeitos completos das tarifas dos EUA ainda não foram sentidos

Apesar do crescimento global resistente, tarifas de importação dos EUA ainda impactam economia, com efeitos totais previstos para se revelarem futuramente

Na publicação mais recente do Relatório Interino de Perspectivas Econômicas, a OCDE destaca que o impacto total das tarifas de importação dos Estados Unidos ainda não se manifestou plenamente. O documento, divulgado nesta terça-feira (23), aponta que o crescimento global deve permanecer mais resistente do que o previsto, sustentado por investimentos em inteligência artificial e apoio fiscal.

Impacto das tarifas de importação dos EUA ainda em curso

Segundo a OCDE, as tarifas elevadas, que atualmente atingem uma taxa efetiva média de aproximadamente 19,5% desde agosto — o nível mais alto desde 1933 —, continuam tendo efeito no mercado. Até o momento, as empresas têm minimizado o impacto ao reduzir margens de lucro e aumentar estoques de segurança, antecipando compras antes da implementação das tarifas mais altas.

“Os efeitos totais dessas tarifas ficarão mais claros à medida que as empresas esgotarem seus estoques e que as taxas tarifárias continuarem crescendo”, afirmou Mathias Cormann, diretor da OCDE, em coletiva de imprensa. A expectativa é de que o impacto total só seja percebido com maior clareza no futuro próximo.

Previsões econômicas atualizadas

A organização revisou levemente suas projeções para o crescimento global, que deve passar de 3,3% em 2024 para 3,2% em 2025, superando os 2,9% previstos em junho. Para 2026, a expectativa permanece em 2,9%, considerando que o efeito de estocagem deve diminuir e tarifas mais elevadas possam frear investimentos e comércio internacional.

Nos Estados Unidos, o crescimento deve desacelerar de 2,8% em 2024 para 1,8% em 2025, antes de atingir 1,5% em 2026. A OCDE atribui esse ritmo à combinação de fatores, como o ciclo de investimentos em inteligência artificial, estímulos fiscais e cortes de juros do Federal Reserve, que devem amenizar parcialmente os efeitos das tarifas, redução da imigração e diminuição de funcionários federais.

Perspectivas para China, Europa e Brasil

A China, que também deve desacelerar, apresenta uma estimativa de crescimento de 4,9% neste ano, acima dos 4,7% previstos em junho, apoiada por estímulos fiscais. Para 2026, o crescimento deve recuar para 4,4%, seguindo uma tendência de desaceleração, impulsionada pelo esgotamento do esforço de antecipação de exportações diante das tarifas.

Na zona do euro, as tensões geopolíticas e comerciais devem limitar o impacto de políticas de juros mais baixas, com previsão de crescimento de 1,2% neste ano e 1,0% em 2026. Alemanha é destaque positivo, enquanto França e Itália enfrentam pressões decorrentes de medidas de austeridade.

Já o Brasil possui previsão de avanço de 2,3% em 2024 e 1,7% em 2026, ambas revisadas para cima em relação às estimativas anteriores. Segundo a OCDE, o cenário interno se beneficia de uma política monetária mais frouxa e de uma retomada moderada do consumo e dos investimentos.

Política monetária flexível na perspectiva internacional

A OCDE acredita que a maioria dos bancos centrais deve manter ou reduzir os custos de empréstimo ao longo do próximo ano, desde que a inflação continue sob controle. Nos EUA, espera-se que o Federal Reserve realize novos cortes de juros, a menos que tarifas elevadas acelerem a inflação de modo disseminado, prejudicando a recuperação econômica.

Agenda de Trump e expectativas futuras

O ex-presidente Donald Trump falou nesta sexta-feira em entrevista na Casa Branca sobre o impacto das tarifas e a possível evolução da política comercial dos EUA. A expectativa, segundo a OCDE, é de que efeitos mais contundentes das tarifas ainda estejam por vir, influenciando as dinâmicas econômicas globais nos próximos meses.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no G1.

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