O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terá hoje um encontro bilateral com Javier Milei, presidente da Argentina, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York. O objetivo é fortalecer o apoio americano ao país sul-americano em meio à crise cambial e econômica que Milei enfrenta, envolvendo ajuda financeira e estratégias de contenção da crise.
O auxílio dos EUA à Argentina na crise cambial
Ontem, após o governo argentino se comprometer a implementar medidas para conter a crise cambial, os mercados reagiram positivamente. A reunião de hoje pode ampliar esse otimismo, sobretudo se os EUA apresentarem uma ajuda concreta. Segundo fontes ligadas ao governo argentino, Trump decidiu não abandonar Milei neste momento de instabilidade, que se agravou com a cotação do dólar atingindo o teto do acordo com o FMI e a necessidade de injetar US$ 1,1 bilhão no mercado, enquanto as reservas líquidas permanecem abaixo de US$ 6 bilhões.
Qual será o socorro americano?
As possibilidades de ajuda variam entre linhas de swap cambial, recompras diretas no mercado de câmbio e emissão de dívida em dólares pelo Tesouro dos EUA. Ainda não há detalhes definitivos, pois as decisões serão tomadas após o encontro entre Trump e Milei. Uma fonte do mercado argentino afirmou que o valor mínimo esperado do auxílio seria de US$ 12 bilhões, já que as necessidades do país no primeiro trimestre de 2026 ultrapassam os US$ 8 bilhões.
O que os EUA esperam em troca?
Embora ainda não tenhamos respostas claras, especulações indicam que os americanos podem buscar interesses estratégicos, como a influência sobre minerais críticos — como lítio, cobre e urânio — além de afastar a Argentina da China. Fonte em Washington revelou que Trump busca fortalecer Milei para impulsionar uma agenda favorável aos EUA e que uma das condições poderia ser a não renovação de acordos com Pequim, especialmente envolvendo swap de moedas chinesas, firmado antes do apoio ao FMI e durante a campanha eleitoral de Milei.
Como os EUA já intervieram na crise mexicana
Nos anos 1990, o Tesouro americano já utilizou o Fundo de Estabilização para socorrer países latino-americanos, como México e Uruguai. Em 1995, o apoio ao México envolveu um empréstimo de US$ 20 bilhões, com condições de austeridade e controle da inflação, medidas que também estão sendo adotadas pela Argentina atualmente. Porém, analistas alertam que um socorro de menos de US$ 10 bilhões não seria suficiente para resolver a crise de forma duradoura.
Perspectivas futuras e o papel de Milei
Especialistas avaliam que, para realmente estabilizar a economia argentina, o país precisa de mais do que o mínimo esperado de ajuda — o que coloca em questão a verdadeira eficácia do apoio dos EUA. Segundo fontes internacionais, o governo argentino pode ter que recuar se perder apoio político interno e não conseguir implementar reformas, tal qual aconteceu na crise de 2001, quando o país enfrentou um colapso econômico.
Trump, por sua vez, demonstra um compromisso de longo prazo com Milei, que, mesmo frustrado por não ter conseguido se reunir com Trump na Flórida, agora recebeu uma chance de obter oxigênio político e econômico. O resultado do encontro pode influenciar significativamente o rumo da crise argentina nas próximas semanas, especialmente antes das eleições legislativas de outubro.
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